Quem são os novos veranenses?

A população da microrregião que engloba Veranópolis, Vila Flores, Fagundes Varela, Cotiporã e Nova Prata cresceu. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o número de habitantes destes cinco municípios chegou a 63.467 em 2019, um crescimento de 10,5% em relação ao Censo realizado em 2010, quando a população era de 57.418 residentes. Os dados são uma estimativa do aumento populacional ocasionado até 1º de julho deste ano e foram publicados na quarta-feira, dia 28 de agosto, no Diário Oficial da União. 

Veranópolis teve um aumento de 15% em relação a 2010, pois passou de 22.810 para 26.241 habitantes, um crescimento de 3.431 pessoas. Estudos afirmam que a tendência
é que a população pare de crescer ao longo dos anos e tenha um aumento das pessoas longevas no Brasil. Fato interessante em relação a Veranópolis é que a população era maior do que é hoje na época da instalação da Usina Hidrelétrica Monte Claro, inaugurada em 2002.

A cidade vizinha, Vila Flores, em 2010, possuía 3.207 pessoas, e segundo os dados divulgados na última semana, a estimativa é que possui 3.385 pessoas em 2019. Crescimento de 5,5% (178 pessoas). Fagundes Varela também apresentou crescimento. A população fagundense passou de 2.579 pessoas para 2.731. Sendo assim,
apresentou um crescimento de 5,9% (152 pessoas) Cotiporã, diferentemente dos demais municípios apresentou diminuição de 1,6% da população, segundo a estimativa.

No último censo eram 3.917 e agora a estimativa é que sejam 3.853 pessoas, ou seja, 64 a menos. Nova Prata foi o município da microrregião que apresentou o maior crescimento, 19,4%, que representa 4.427 pessoas. A população passou de 22.830 para 27.257 pessoas.

 


Distribuição de fundos

As estimativas populacionais dos municípios são utilizadas pelo Tribunal de Contas da União para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios.
Além disso, são referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
De acordo com o IBGE, o método para o cálculo das estimativas se baseia na projeção da população estadual e na tendência de crescimento dos municípios, delineada pelos dados captados nos dois últimos Censos Demográficos (2000 e 2010) e ajustados.
Para 2020, está previsto um novo Censo em todo o país.


De onde vem o aumento da população veranense?

Na maioria das vezes, as mudanças de cidade são causadas por oportunidades de emprego, transferências, ou até mesmo buscando mais qualidade de vida. O caso de Vanessa
Bisutti Monteiro tem relação com o trabalho: no final de 2018, em novembro, após participar de concurso, foi nomeada como pedagoga na Escola Municipal Adriano Farina, e então, juntamente com o filho Daniel, de 15 anos, mudou-se de Farroupilha, sua cidade natal, para Veranópolis, em fevereiro deste ano. 

Ano que começou muito especial para ela, pois no final de janeiro casou-se com Geovane Ferreira Moreira. Ele, que é policial, um mês depois de Vanessa e Daniel estarem estabelecidos aqui, conseguiu sua transferência para trabalhar em Vila Flores, porém, acaba trabalhando pela
região também em Veranópolis e Cotiporã, por exemplo.
O que os trouxe aqui foi uma boa oportunidade de trabalho para Vanessa, porém, segundo eles, quando chegaram foram gostando, se apaixonando pela cidade.

Menor criminalidade

Uma das comparações mais gritantes entre Farroupilha e Veranópolis é a criminalidade. Essa diferença é compreensível, levando em consideração que Farroupilha possui mais de 70 mil habitantes. Geovane, que é policial e lida diretamente com a segurança, garante que Veranópolis e Vila Flores são muito mais calmas. No trabalho, ele sente isso diariamente: “são menos conflitos com criminosos; no patrulhamento, são poucos locais com maior movimentação de pessoas; raros casos de furto
e roubo; e, além disso, em Veranópolis, por exemplo, percebemos poucos críticos em relação à criminalidade e tráfico de drogas”, relata o policial.

Sendo assim, ele complementa que em Veranópolis e Vila Flores, na maior parte do tempo, a Brigada Militar cumpre sua ação preventiva, pois há menos criminalidade para combater, diferente de Farroupilha.  Em sua vida, ele conheceu diferentes realidades e as compara: “aqui é um lugar tranquilo de se morar, bem calmo, não tem aquela agitação de cidade grande. Sou natural de Uruguaiana, que tem uns 100 mil habitantes; trabalhei pouco tempo em Caxias do Sul, que tem meio milhão, depois em Farroupilha, cerca de 73 mil habitantes, e agora em Veranópolis, com 26 mil, e Vila Flores, com 3 mil. São cidades, cultura e estilos de vida diferentes, até por causa da quantidade de pessoas”, cita.

Vanessa relata que a maior segurança que existe em Veranópolis pode ser percebida facilmente. “Aqui as pessoas andam na rua e mexem no celular; lá, tínhamos medo,
por isso andávamos com ele escondido”, afirma. Ela também explica, que em Farroupilha, por serem familiares de um policial, se preocupavam bastante, diferentemente de Veranópolis: “aqui eu me sinto mais segura!”, afirma Vanessa. A qualidade de vida também é ponto positivo levantado por eles.

 

“Aqui as pessoas se cumprimentam”

O que mais chamou a atenção de Vanessa, Geovane e Daniel é que as pessoas se cumprimentam mesmo sem se conhecer. “Aqui tem a agitação de uma cidade, mas as coisas são mais calmas, as pessoas te olham, tu ainda és tratado como um ser humano. Lá é uma correria, não se encontra estacionamento, as pessoas passam esbarrando e não te olham. Farroupilha é minha cidade natal, gosto muito de lá, mas ao passar dos anos ela cresceu, e isso trouxe alguns efeitos negativos”, destaca Vanessa. 

O jovem Daniel adaptou–se facilmente, segundo a mãe. Inclusive, através do CIEE, já conseguiu um trabalho no setor administrativo do hospital na parte da tarde sendo que, de manhã, ele estuda no Colégio São Luiz Gonzaga. 

Em cerca de seis meses aconteceram muitas coisas positivas para Vanessa e sua família. A segurança, qualidade de vida e tranquilidade os motiva a permanecer em Veranópolis. E no trabalho eles também se encontraram; Vanessa garante que em Veranópolis muito se investe no aluno e em bons projetos; Geovane destaca a menor criminalidade e Daniel, mesmo jovem, também já se inseriu muito bem no município.

Negativo

Um ponto negativo que a família percebeu é em relação ao comércio. Há dificuldades em encontrar coisas mais específicas, algo que, em Farroupilha, é mais fácil, pois tem muitas variedades e também é ao lado de Caxias do Sul. Além disso, Vanessa buscava um mestrado, em uma universidade presencial, e notou que essa possibilidade não existia em Veranópolis, somente na UCS Nova Prata. E, nos finais de semana, ela sugere que sejam pensadas mais atividades e eventos, principalmente para os jovens.

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