Crise política na Coreia do Sul: Impeachment, lei marcial e o escândalo da bolsa Dior

 

Lei marcial e pedido de impeachment

Na última terça-feira, Yoon surpreendeu o país ao declarar lei marcial, alegando ameaças não especificadas relacionadas a forças pró-Coreia do Norte. A medida incluiu o envio de tropas armadas para o edifício da Assembleia Nacional em Seul, censura à imprensa e a proibição de atividades parlamentares e políticas.

A decisão provocou uma reação imediata dos parlamentares. Em questão de horas, 190 dos 300 membros do parlamento votaram unanimemente pela revogação da medida, incluindo 18 integrantes do próprio partido do presidente. A lei marcial foi suspensa, mas os danos políticos estavam feitos.

Seis partidos da oposição apresentaram uma moção de impeachment, que será votada até o final da semana. Para ser aprovada, a moção precisa de dois terços dos votos no parlamento e da confirmação de seis dos nove juízes da Corte Constitucional. Caso o impeachment avance, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá a presidência até novas eleições.


Escândalo da bolsa Dior

A crise política também tem raízes em um episódio de setembro de 2022, envolvendo a primeira-dama Kim Keon-hee. Um vídeo divulgado na época mostrou Kim recebendo uma bolsa de luxo da marca Dior, avaliada em aproximadamente 3 milhões de won (cerca de R$ 11 mil), das mãos do pastor coreano-americano Choi Jae-young.

O presente gerou indignação pública, com acusações de que a primeira-dama teria violado as rígidas leis anticorrupção do país. A oposição aproveitou o caso para criticar o governo, levantando suspeitas de influência política indevida.

O presidente Yoon defendeu sua esposa, afirmando que o presente foi aceito por cortesia e sem intenção de favorecimento. No entanto, o episódio impactou severamente sua popularidade e intensificou as críticas ao governo.


Repercussões internacionais e políticas

A crise gerou protestos em massa na Coreia do Sul e levou à suspensão de reuniões militares e visitas internacionais. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, expressou preocupação com os desdobramentos no país, que é uma peça-chave na segurança regional e na política asiática.

Enquanto a votação do impeachment se aproxima, a Coreia do Sul vive momentos de incerteza. O escândalo da bolsa Dior e a declaração de lei marcial são exemplos de como questões éticas e decisões controversas podem transformar crises pessoais em desafios políticos de grandes proporções.

 

Créditos: Reuters, AP News, Wall Street Journal, O Globo
Imagem: Jornal Txopela

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