Anita: Vestidos com detalhes que surpreendem

Anita Cenci trabalha há 45 anos como costureira. Por meio de suas agulhas, ela esteve presente em grande parte da história da Femaçã e também nas festas de outros municípios, como de Vila Flores, Fagundes Varela, Nova Bassano e Nova Prata. Ao olhar para as dezenas de croquis relacionados com as festas, sente-se orgulhosa em saber que deu vida a eles. Sem dúvida, os trajes são uma das partes mais importantes da divulgação de grandes festas. 

Anita com os vestidos da X Femaçã, divulgados na abertura oficial da festa, dia 12. 

Anita começou a confeccionar vestidos de Soberanas ainda na VeraFest, que existia antigamente. Ao longo de sua carreira, costurou os trajes das Femaçãs de 2008, 2010, 2015 e, atualmente, está finalizando os atuais. Além dos oficias, Anita costuma fazer os de passeio, os da escolha e o das embaixatrizes. 
Para a costureira, todos os vestidos são especiais: “No momento em que estou fazendo os vestidos das soberanas, sempre acho que são os melhores. Penso: será que terá um mais bonito que esse? Mas acabo me surpreendendo”, relata. Atualmente, o mais especial para ela são os trajes oficiais desse ano, que serão apresentados ao público no final da tarde da sexta-feira, antes da abertura oficial. 
O ano de 2018 foi movimentado para Anita, que confeccionou os vestidos da BellaFesta, Expo Bassano, Femaçã e FestFlor. 

Processo

Os desenhos, chamados de croquis, são feitos pelo estilista porto-alegrense Juan, que há muito tempo trabalha com ela. Após a aprovação do modelo, é feita a escolha dos tecidos. Normalmente, são utilizados para os trajes tecidos de fibra sintética: musselines, tafetás, cetim, pois, segundo Anita, eles são facilmente lavados, diferentemente de tecidos nobres, como a seda pura, que não deveriam ser lavados. 
Antes de começar a trabalhar com os tecidos e bordados, o corpo da cliente é modelado com um forro. Os bordados mais específicos são confeccionados pela Dona Vilma, bordadeira caxiense especializada em trajes típicos. 

Amor pelo que faz…

A costureira conta que os trajes oficiais demoram cerca de dois meses para ficarem prontos, pois, além desses, ela tem diversos outros para confeccionar. São feitas muitas provas para evitar problemas; e além disso, Anita, com o tempo de profissão, já adquiriu muita experiência, o que evita problemas. “Eu usava muito zíper, mas percebi que se não tiver cuidado estraga muito, então evito usá-lo. No seu lugar, uso botões com alcinhas, que é muito mais trabalhoso, mas é mais garantido”, explica. 
Algo interessante é a preocupação de Anita em agradar ao público, o comprometimento em realizar seu trabalho. “Como trabalho com minha filha Letícia, costumo pedir muito a opinião dela e também das funcionárias. E o vestido pode estar prontinho, mas se eu não gostei de um detalhe eu desmancho e faço de novo, porque para mim não serve o mais ou menos, tem que ser o melhor sempre”, relata. 

Orgulho 

Inúmeros trajes estão expostos em seu atelier.

Depois de muitas horas e dias trabalhando nos vestidos, o orgulho é imenso, ao vê-los prontos. “Ver as Soberanas vestindo-os é emocionante. Para mim é um orgulho muito grande, me sinto feliz, gratificada. Quando os vejo, acho que nunca vou conseguir fazer outros vestidos tão bonitos, mas a cada um que faço vejo que são lindos, sempre”. 
A paixão de Anita pela costura iniciou na sua infância. “Éramos em cinco irmãs, todas brincavam de boneca, de casinha, mas eu sempre fui a costureira. Comecei a fazer as primeiras roupas com 10, 12 anos”, destaca. Aos 15, foi trabalhar com a costureira Assunta Farina. Depois, realizou inúmeros cursos, buscando o aperfeiçoamento que, aliado a experiência, garante segurança em seu trabalho.

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