Um local para reconstruir vidas

Os primeiros passos da Comunidade Terapêutica da Associação Fazendo a Diferença (ASFADI) já foram dados. A construção iniciou no ano passado e, provavelmente, a obra será entregue em 2020. O idealizador do projeto é o Doutor Thomas Schiemann, que se sente emocionado ao ver que os tijolos que sustentarão a clínica já foram colocados. 

A ASFADI foi criada em 2014, visando buscar alternativas para a falta de assistência para dependentes químicos de Veranópolis e região. O grupo envolvido inicialmente era composto por seis pessoas, mas, com o tempo, centenas de apoiadores de Veranópolis, e região se juntaram à causa da ASFADI. 
A estrutura está sendo construída numa área de dois hectares, na Linha 7 de Setembro, que foi doada pela família Cherubin. Um local em meio à natureza, onde muitas pessoas terão a chance de recuperar-se tendo uma nova chance de vida. 
“É um local de paz, espetacular. Há quatro anos, era uma ideia, um sentimento, e hoje é uma realidade” – destaca o idealizador, Thomas. 
 

Estrutura do prédio principal começa a tomar forma

Prédio terá sacada com vista para o rio

A Construtora Princesa dos Vales, que venceu a licitação, está realizando a obra. A construção do prédio principal já iniciou. O espaço contará com um grande salão com sacada com  vista para o rio; neste local serão realizadas as palestras, o trabalho de recuperação espiritual e pessoal dos dependentes químicos. Além disso, haverá a parte administrativa e a cozinha. 

Linda vista do vale e do rio vai ser possibilitada por uma sacada 

No outro bloco será o dormitório masculino e, no futuro, será construída também a parte feminina. O Dr. Thomas adianta que a ideia é ter um campo de futebol nos fundos, além de uma área para agricultura orgânica, inclusive, para manter a comunidade terapêutica, realizando a venda dos produtos produzidos. 
Outra questão importante, e que já está sendo pensada, é o diretor da comunidade que, segundo Thomas, será um especialista com experiência nessa área, assim como os demais profissionais: psicólogos e psiquiatras, entre outros. 
 

Cinco municípios abraçarão a causa 

A clínica será mantida a partir de convênios com as cinco prefeituras da microrregião: Veranópolis, Vila Flores, Cotiporã, Fagundes Varela e Nova Prata. Cada município terá direito aos seus leitos e auxiliará mensalmente com a manutenção da comunidade.
Sendo assim, os dependentes químicos serão internados gratuitamente. “Não pode ser pagando! 95% das famílias com problemas de dependência química estão com problemas financeiros”, afirma. 
Os municípios, através do CAPS e Secretaria de Saúde, indicarão os dependentes químicos que precisam ser internados; os casos mais graves passam pela desintoxicação no hospital antes de iniciarem o tratamento. 
Thomas, que já passou pela dependência química, diz: “tenho orgulho do que me transformei, do que sou hoje, graças a uma comunidade terapêutica, a minha força de vontade e a Deus”. Por isso, ele idealizou esse projeto e sonha em auxiliar mais pessoas a passarem pela recuperação. 
 

Período de tratamento

O período de tratamento depende do tipo de dependência química. Schiemann explica que os casos mais graves se recuperam em nove meses, enquanto pacientes médios (dependentes de cocaína e álcool, por exemplo), podem ser tratados em cerca de três meses. Porém, isso passará pela decisão do psiquiatra, juntamente com a equipe especializada. 

A importância de projetar o futuro

Além de pensar nos processos de recuperação, Schiemann destaca a importância de projetar o futuro das pessoas que se recuperarem na clínica. 
Para que isso se torne possível, seriam realizadas oficinas, e a comunidade teria um convênio com empresas para, quando os dependentes saírem, podem trabalhar,  reintegrando-se à sociedade
“A colocação imediata para trabalho em seguida da recuperação é muito importante. Quando alguém se recupera, é preciso ter horário, rotina, responsabilidade e, principalmente, o seu dinheirinho, para começar a pagar tudo aquilo que jogou fora por causa da dependência”, aponta. 
 

Como auxiliar

Café colonial para arrecadar fundos tem ocorrido regularmente

As pessoas que desejam auxiliar podem realizar depósito na conta da ASFADI no Sicredi, ou doar matérias de construção na Giroletti Materiais de Construção, que intermediará o processo. 
Dentre as doações recebidas estão R$ 19 mil em concreto usinado, doados por um alcoólatra em recuperação de Vila Flores. Além dele, diversas outras pessoas ajudaram por diferentes formas, seja por doações ou participação no Café Colonial, que também será realizado neste ano. Thomas ressalta que a ASFADI conta com a promessa do deputado federal Marlon dos Santos em auxiliar bastante na construção. 
Ele afirma, também, que conta cada vez mais com o apoio da comunidade, que precisa abraçar esta causa que auxiliará centenas de pessoas que naquele local reconstruirão as suas vidas. 
 

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