Donos de restaurante e funcionária são indiciados por morte de indígena após acidente com aparelho de fondue
Três pessoas responderão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Três pessoas responderão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Jaqueline Tedesco, 26 anos, comemorava formatura em Direito com familiares e amigos, em março deste ano, quando teve 30% do corpo queimado após falha na reposição de álcool no equipamento
A Polícia Civil indiciou três pessoas pela morte da jovem indígena Jaqueline Tedesco, 26 anos, após um incidente com um aparelho de fondue em um restaurante, durante seu jantar de formatura em Direito na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). As identidades dos investigados não foram divulgadas, por impedimento da lei, mas a reportagem apurou que são os donos do restaurante e uma funcionária. Eles foram indiciados por crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
De acordo com o restaurante, o “incidente ocorreu nо reabastecimento do rechaud, o qual continha resquício de chama, resultando no espalhamento e ferimento em uma de nossas colaboradoras e cliente”. Uma funcionária teve parte dos cabelos queimados mas não sofreu ferimentos graves, segundo a Polícia Civil.
Em nota, o advogado Affonso Celso Pupe Neto, que representa o restaurante Le Petit Rio Grande, afirmou que “ainda que sem acesso direto ao relatório final, a defesa aguardará a remessa da investigação preliminar ao efetivo titular da ação penal (Ministério Público)”. Ele acrescentou que “se manifestará através dos instrumentos processuais adequados diretamente nos respectivos autos”.
Um aparelho de DVR (gravador digital de vídeo, em português) foi recolhido por agentes na investigação. O equipamento passou por análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP), mas os laudos não foram entregues, conforme o delegado Maiquel Fonseca. Durante as diligências, foram ouvidos os donos do restaurante e testemunhas.
— Decidiu-se por finalizar o inquérito com as provas produzidas, embora não tenham sido entregues alguns laudos — explicou.
O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), que decide se acusa ou não os donos do restaurante e a funcionária na Justiça. Caso faça isso e o Judiciário aceite a denúncia, os três começam efetivamente a ser julgados pelo crime.
Nota da defesa do restaurante
“Não tivemos acesso até o momento sobre a opinião da autoridade policial em relação ao fato.
No entanto, ainda que sem acesso direto ao relatório final, a defesa aguardará a remessa da investigação preliminar ao efetivo titular da ação penal (Ministério Público) e aguardará as próximas etapas da persecução penal, conforme as previsões legais, oportunidade em que se manifestará através dos instrumentos processuais adequados diretamente nos respectivos autos.”
Fonte: GZH