Famílias fora de casa há mais de 50 dias pedem condições de acesso nas estradas

Esse conteúdo foi publicado na edição impressa do dia 20 de junho. Para ler em primeira mão, assine O Estafeta e receba o jornal em casa. Ligue (54) 99680.8359. Quem assina, concorre a prêmios semanais e recebe esses conteúdos com antecedência. 

Veranópolis foi a cidade que mais registrou deslizamentos de terra em todo o Rio Grande do Sul no mês de maio. Entre os dias 08 e 09 de maio de 2024, a NASA Disasters mapeou pontos de movimento de massa em todo o Estado Ao todo foram mapeados 3.934 pontos, a maioria na região da Serra Gaúcha compreendida entre os “Vales”. O município de Veranópolis foi o local com maior número de ocorrências, contabilizando 270 deslizamentos de terra.
Diversos desses deslizamentos danificaram estradas, acessos a propriedades, destruíram plantações, entre outros prejuízos. Um dos pontos com maiores estragos está a Serra das Antas, que poderá ficar bloqueada por um ano. Outra localidade com acessos bloqueados/precários é a comunidade de Navegantes. A localidade é acessada pela estrada próxima a Ponte Ernesto Dornelles ou passando por Monte Bérico, Lajeadinho e São Pedro – Sete de Setembro. No entanto, no momento, mesmo tendo se passado cerca de 50 dias do ocorrido, os moradores só conseguem chegar a pé. “Não temos estrada, nem caminhos alternativos, para chegar o pessoal precisa passar por barro e restos de barreiras que sobraram”, explica um morador.
Cerca de 46 famílias residem na comunidade, que foi uma das mais atingidas, especialmente, por quedas de barreiras. Boa parte das propriedades possuem animais como cães, gatos, galinhas, porcos, gado leiteiro, entre outros. Além disso, nessas propriedades havia uma grande produção de frutas, especialmente bananas e citros. “Agora sobrou pouca coisa, não tem como escoar o que sobrou da produção, o que não foi levado pelas barreiras está estragando, porque não tem como escoar nada”, descreve.
Dessas 46 famílias que residem na localidade, apenas duas conseguiram retornar para suas residências. As demais buscaram abrigos, a maioria, em Bento Gonçalves.
De acordo com Alexsandro Portilho, morador local, apesar da prefeitura ter feito a limpeza das barreiras, o trânsito de veículos segue inviável pela precariedade da estrada. Além disso, a comunidade segue sem energia elétrica, água e Internet. “Alguns corajosos se aventuram a ir até lá a pé para dar comida para os animais e fazer manutenções dentro do que é possível”, relata. Conforme ele ainda, alguns serviços na via foram feitos por parte da Prefeitura, após muita pressão por parte da comunidade.
A principal demanda dos moradores é a reconstrução dos acessos e na sequência o reestabelecimento da luz e da água. Ao ser questionada a respeito dessas demandas, a Secretaria de Infraestrutura, através do secretário Carlos Sangali, informou que está enfrentando problemas para dar andamento as obras no local. Além disso, a demanda de serviços aumentou significativamente após as fortes chuvas e problemas são registrados em vários pontos de Veranópolis.
Outra situação, de acordo com Sangali, é que a empresa responsável pelo fornecimento dos tubos que seriam utilizados no trecho é de Garibaldi e está enfrentando dificuldades para realizar as entregas. Atualmente, a secretaria busca viabilizar outras soluções para melhorar a estrada local.
Os moradores justamente pedem obras mais substanciais. Conforme eles, apenas a limpeza das barreiras não permite a chegada de veículos, principalmente os maiores para a chegada de alimentos para os animais.
Caminhos alternativos também não existem, pois tanto via Ponte Ernesto Dornelles, como por Lajeadinho, as vias não dão condições de circulação.

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