Maior parte das indústrias de Veranópolis tem forte queda na produção

As empresas da cidade já sentem o impacto com a diminuição de vendas, o que consequentemente acarreta a diminuição de produção. A MGA – Válvulas Industriais, uma das maiores da cidade, que no final de março contabilizava 460 funcionários, segundo o seu diretor, Dirceu Tedesco, está trabalhando com 70% do quadro e 50% da capacidade produtiva. As vendas da empresa estão reduzidas na maioria dos setores, desse modo, sobre o cenário econômico, o empresário destaca:  

“certamente este ano está perdido. Possivelmente retomamos numa normalidade no segundo trimestre de 2021”.

A respeito dos desligamentos, ele coloca que foi demitido aproximadamente 10% do quadro de funcionários.

“Estamos, no momento, com 30% do efetivo em férias. Para os próximos meses, vamos trabalhar com banco de horas e redução de jornada de trabalho em 50%. Nossa meta é não demitir mais funcionários, a não ser que a situação piore”. 

Outro empresário da cidade, Leocride Bataglion, proprietário da empresa B & B Móveis, que trabalha com o comércio internacional, também afirma que haverá retração nos pedidos. O maior mercado comprador da empresa é o Reino Unido, Inglaterra, que assim como os demais países, enfrenta medidas de isolamento social.

“Por mais de 30 dias o pessoal ficou em casa, e se o comércio não vende, automaticamente, o estoque das empresas e grandes grupos não baixa, com isso, eles não renovam os pedidos”, destaca Bataglion.

A empresa tem programação definida até o final deste mês, depois, devido à retração dos pedidos, Leocride projeta redução da carga horária no mês de maio.

“Não existe outra saída a não ser uma redução mínima possível do quadro de funcionários e encontrar outras alternativas para quem sabe, no mês de julho/agosto, a coisa comece voltar ao normal”, projeta.

A empresa contava com 85 funcionários, 40 na matriz e 45 na filial antes da Covid-19, sendo que dez já foram desligados. Avaliações serão feitas nesta semana a fim de definir os próximos passos, mas o empresário destaca que o objetivo é demitir o menor número possível de funcionários.

“Pensamos na questão social e sabemos que essas pessoas, recebendo pouco ou bastante, precisam do seu salário. Então, vamos tentar fazer da melhor forma possível”, acrescenta. 

Bataglion destaca que após passada essa fase, em que a saúde é a prioridade, virá a questão econômica, do desemprego.

“Veremos empresas fechando, outras se endividando, outras tentando fazer o possível e o impossível para se manter. Então, a projeção não é boa, só que por outro lado, sabemos que tudo é passageiro. Quem está preparado pode sair dessa com mais facilidade, quem não está, vai suar um pouco mais. Mas precisamos ser otimistas e pensar nas alternativas que temos”, concluiu.

O empresário Dirceu, com sua grande experiência no mercado, salienta que passou por inúmeras crises econômicas em sua vida profissional, mas nenhuma com caráter mundial como essa. “Será preciso que as grandes nações parem de criticar e tomem medidas gigantescas para ajudar o planeta como um todo. Muitas empresas estão fechando e isso significa muitas demissões. Lamentável, neste momento isso acontecer, pois nosso Brasil estava no rumo certo de desenvolvimento”, conclui.

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