Necessidade de vitória e ultimato para Tiago Nunes: o ambiente do Grêmio após a derrota para o Juventude
A má fase do Grêmio no Campeonato Brasileiro segue. Na noite desta quarta-feira (30), o time de Tiago Nunes teve mais uma atuação ruim e foi derrotado pelo Juventude por 2 a 0, no Alfredo Jaconi. Paulinho Bóia, aos 27 minutos do primeiro tempo, e Matheus Peixoto, aos 37 da etapa final aproveitando uma falha do zagueiro Paulo Miranda, marcaram os gols que sentenciaram a vitória do time da Serra.
Com apenas dois pontos conquistados após seis jogos, o Grêmio ocupa a lanterna do Brasileirão e tem o seu pior início na competição na era dos pontos corridos. Mais que a nova derrota, o desempenho no Alfredo Jaconi preocupa porque o time não demonstra sinais de melhora a curto prazo. Dono de uma posse de bola de 65%, o Tricolor foi incapaz de criar sequer uma chance clara de gol durante os 90 minutos, o que aumenta a pressão sobre o técnico Tiago Nunes.
A direção se reuniu com o treinador logo após o jogo. Depois de mais de uma hora de conversas, o vice de futebol Marcos Herrmann foi o primeiro a se manifestar. Sem ser conclusivo sobre o tema, ele não garantiu o treinador em caso de novo revés no domingo contra o Atlético-GO e falou sobre a necessidade do clube apresentar um fato novo no final de semana.
— Tivemos uma longa reunião. Obviamente estamos indignados e chateados. Fizemos uma partida muito abaixo. Vínhamos crescendo contra Santos e Fortaleza depois do jogo contra o Sport e hoje parece que voltamos uma casa. Cobramos muito a nossa comissão técnica. Penso que podemos fazer mais, já fizemos com essa comissão técnica e precisamos voltar a fazer — afirmou Herrmann, que sobrou uma resposta contra os goianos.
— Tem agora três dias para remobilizar o grupo e tentar algum fato novo. A pressão é enorme, o elenco sente, mas temos de conviver com isso. Acreditamos na qualidade da comissão técnica e do nosso elenco. Temos de fazer um fato, seja qual for, para obter um melhor resultado.
A ordem das entrevistas seguiu com Tiago Nunes. Mostrando um pouco de abatimento, o treinador deixou claro estar consciente de que precisar dar uma resposta rápida para dar sequência ao trabalho que completou 70 dias contra o Juventude.
— Não tem nenhum tipo de mal entendido nessa relação. Sabemos que o futebol é feito de resultados. Não coloco nenhum tipo de limite no domingo, mas é uma questão de entendermos o tamanho do clube em que estamos, de saber que passou da hora do resultado. Eu nunca fiz meu trabalho pensando em segurar emprego. Por isso saí do interior do Rio Grande do Sul chegando ao mais alto nível com conquistas nacionais e internacionais. Sempre procurei dar meu melhor e potencializar quem trabalhavam comigo. Trabalhar é o que mais me importa sem pensar em demissão ou não — disse o técnico.
Depois das entrevistas do vice de futebol e do treinador, o presidente Romildo Bolzan Jr. foi direto e deixou claro que Tiago Nunes depende de um resultado positivo no domingo. Ao ser questionado sobre do que se tratava o fato novo dito por Herrmann, sentenciou:
— Fato novo é capacidade de reação, de vencer e superar para sair da situação que estamos. O fato novo é ter capacidade de reação ou não. Não tem mais espaço para derrota. Eu acho o trabalho realizado muito bem consistente, acho que tem um tempo assimilação que se pede para um trabalho novo, mas o fato novo é a vitória. Para nós é a vitória. O fato novo é se vamos ter capacidade de superar tudo isso ou não. Se não foi dito com essa clareza, estou dizendo agora — definiu.
O presidente deixou claro que Tiago Nunes tem carta branca para fazer mudanças na equipe em busca da vitória.
— O diagnóstico que fizemos é que vamos mexer se tiver que mexer. O treinador sabe que pode, deve e saberá fazer porque está ali para isso. Dar uma condição de vitória é essencial. O projeto nesse momento é a vitória — completou.
Fonte: GZH
