Atividades do Grupo Filó não têm data para retomada

Vila Flores tem o título de Capital Estadual do Filó. A atração, comandada pelo Grupo Filó, é um dos atrativos turísticos que contribui com o fluxo de visitantes no município. A atividade busca manter viva a tradição dos imigrantes italianos que colonizaram a região, se reunindo com música, comida farta, momentos de fé e descontração. As vagas para participar costumavam estar praticamente lotadas com um ano de antecedência. Porém, com a pandemia mundial de coronavírus, as apresentações estão suspensas, por tempo indeterminado.

Nesta, que é a quarta matéria da série que a Administração Municipal está fazendo sobre como as pessoas estão lidando com a situação atual, o tema é o Filó. Os integrantes, que passavam boa parte dos finais de semanas juntos, recordando os tempos antigos, hoje mantém o contato via celular e internet.

A presidente do Grupo Filó atualmente, Benedita Zandoná Ceccato, 71 anos, é artesã e artista ceramista. Ela integra o grupo desde a sua fundação, há mais de 15 anos. Tudo começou com a cultura italiana e o costume de fazer filó como um grande entretenimento. “O filó representa algo muito afetivo e nele está um grande valor da cultura italiana e a força de nossas raízes”, ressalta. Ela conta que sente falta da realização do filó, do encontro com amigos e tudo o que envolve a atividade.

Sobre a realização dos encontros após a quarentena, Benedita acredita que o impacto é muito grande. “Muitas práticas não poderão mais ser como eram antes da pandemia. É uma nova adequação, que em parte, fará com que o filó perca um pouco de sua originalidade, mas a essência se manterá”, afirma. A presidente explica que estão trabalhando para adequar o espaço e a própria apresentação às novas medidas de saúde e, por enquanto, não há perspectivas de reinício das atividades.

O aposentado Luiz Pessutto, 81 anos, foi convidado a fazer parte da atração quando o grupo estava se formando. Desde então, ele e a esposa, Luiza Pessutto, 80 anos, seguem juntos no compromisso de apresentar aos visitantes a história contada pelos antepassados. Pessutto, que entre as atividades que desempenhou no município foi vereador e vice-prefeito, conta que participar do filó traz muitas lembranças do passado e contribui para que isso seja transmitido para as próximas gerações.

A suspensão dos encontros acabou mudando a rotina. “Sinto falta dos amigos e muitas saudades dos visitantes. Acredito que quando o filó recomeçar, com certeza, as pessoas irão participar”, destaca. A expectativa que ele tem é, quando possível, retomar as atividades, sempre pensando no melhor para todos.

Para a estudante Julia Ferretto Franciscon, 17 anos, participar do Grupo tem grande importância na sua vida. “Todos os momentos já proporcionados pelo filó ficaram marcados, é gratificante demais fazer parte desse grupo”, declara a jovem, que integra a atividade há quatro anos.

Julia fez uma breve participação de 2006 a 2009, que despertou o desejo de embarcar nesta viagem no tempo. Ela conta que sempre achou o trabalho realizado pelo grupo interessante, além de ter a influência do meu pai, que já participa desde 2005. “É bom ter um familiar junto, compartilhando todos os momentos gratificantes que o filó proporciona”, comenta. Entre o que mais sente falta nesta pausa dos encontros, ela destaca a interação com os visitantes. “Acredito que tudo em geral [sinto falta], mas principalmente do sentimento de gratidão ao ver a alegria do público que nos visita”, descreve.

No início do mês de junho, representantes do Grupo Filó se reuniram com o Executivo Municipal para tratar das adequações que serão necessárias para a retomada das atividades. Já estava prevista uma reforma interna, que recebeu sugestões para as demandas existentes.

 

Fonte: Prefeitura de Vila Flores

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