Crise social da pandemia deve manter crescimento da miséria em Caxias do Sul

Alguns dados levam um tempo para se consolidar e retratar a realidade da crise social instalada pela pandemia do coronavírus em Caxias do Sul. Ana Luiza Viganó, diretora de Proteção Social Básica da Fundação de Assistência Social (FAS), aponta para os números do Programa Bolsa Família. Em março, eram 6.807 famílias beneficiadas. Em abril, o governo federal expandiu o número para 8.712, diferença de 1.905 famílias incluídas num período de apenas 30 dias, ou 63 famílias que passaram a depender do auxílio a cada 24 horas na cidade. Desse público, 7.526 famílias tiveram a parcela substituída pelo auxílio emergencial de R$ 600 e o restante foi considerado inelegível para essa ajuda por estar recebendo outros benefícios assistenciais.

Os pedidos de apoio não param. No Cadastro Único, são 61.663 pessoas distribuídas em 23.431 famílias, sendo 43% na fila da pobreza e da extrema pobreza com renda total que não ultrapassa os R$ 178 mensais per capita. Esse ritmo já vinha em alta desde o ano passado. Em março do ano passado, 6.381 famílias dependiam de auxílio por terem renda de até R$ 89 per capita, ou R$ 3 por dia. Em março deste ano, são 7.349 famílias nesta condição, acréscimo de 15%, o maior número desde 2015. Ainda não há dados referentes a abril e maio.

 –  Continuamos fazendo as inclusões no Cadastro Único para famílias com o perfil de renda familiar total de até três salários mínimos. Estimamos que, entre março e abril, 385 novos cadastros foram feitos e outras 770 atualizações  –  explica Ana Luiza.

A quantidade é um pouco maior do que a média mensal anterior, mas a diretora ressalta que os dados desses dois meses já estavam sob o impacto das medidas de isolamento social

 –  Eram menos pessoas circulando, atendimentos agendados e não de busca espontânea. De toda forma, os serviços da FAS continuaram ativos. As pessoas precisam muito do nosso empenho e da nossa escuta num momento tão delicado. Nós procuramos atendê-las para que acessem os direitos delas e diminuir o impacto da vulnerabilidade que enfrentam, seja ela financeira ou de outras violências, as quais, em razão do isolamento, aumentaram  – reflete Ana Luiza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Pioneiro

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