Pais e filhos mudam a rotina em função do coronavírus

As escolas estão com as aulas suspensas há cerca de três meses em todo o Estado, em função da pandemia de coronavírus (Covid-19). Em Vila Flores, durante este tempo, a Secretaria de Educação e Cultura, juntamente com as equipes diretivas das escolas do município e os professores, buscaram formas de elaborar as atividades para que os alunos pudessem realizar em casa. Seguindo as determinações do Governo Federal, a Secretaria vai organizando o calendário escolar e as entregas e retiradas dos trabalhos executados pelos alunos. Esta é a terceira matéria da série que a Administração Municipal está fazendo sobre como as pessoas estão lidando com a situação atual.

Com isso, as famílias também precisaram encontrar maneiras de se adaptar à nova realidade e ainda explicar aos pequenos o porquê de tantas mudanças. Para a assistente administrativa, Lidiane Cristianetti Ceratto, e o líder de produção, Jander Ceratto, a pandemia trouxe um grande desafio: ficar longe da filha, a pequena Nicolle Cristianetti Ceratto, de quatro anos. “Nossa filha fica durante a semana na casa da minha irmã que mora no interior, pois nós trabalhamos fora todo dia e achamos que lá seria mais seguro para ela, já que lá não tem contato com muitas pessoas”, explica Lidiane.

Para ver a menina, as visitas ocorrem uma vez por semana, porque se forem todos os dias ela pede para voltar para casa. A tecnologia auxilia a amenizar a falta, pois todos os dias ligam para conversar e fazem chamadas de vídeo. No final de semana a família se reúne novamente e Nicolle fica em casa com pais. É neste tempo que aproveitam para, além de curtir a companhia, fazer as atividades encaminhadas pela escola. “Nos momentos que ficamos juntos em casa fazemos várias atividades legais em família como brincar, organizar a casa, fazer comida, ficar junto com o cachorrinho da casa. Várias atividades divertidas”, descreve a mãe.

Segundo os pais, apesar da pouca idade, Nicolle compreende que esta nova rotina é necessária. “O que mais nos surpreendeu na Nicolle é a maturidade com que ela entende a situação que todos estamos passando. Desde saber que tem que ficar na tia porque nós não podemos parar de trabalhar, até saber que ela tem que tomar todos os cuidados para se proteger e proteger outras pessoas”, ressalta Lidiane.

Para a aluna da turma do Jardim A, da EMEI Nostri Bambini, é uma coisa muito ruim o coronavírus, que faz mal para as pessoas. “Sinto falta da escola, da profe e dos coleguinhas”, conta Nicolle. Em casa ela arruma a mesa, arruma a cama, dá comida para o mascote da família, o cachorro Teddy, e ajuda a mamãe em algumas tarefas de casa.

A colega de Nicolle, Helena Boaretto Passarin, de quatro anos, também está sentindo muitas saudades da escola, dos colegas e das professoras. Segundo Helena, além das tarefas da escola, brinca de pega-pega, de mamãe e filhinha, assiste a Pepa e a Luna e dá uma voltinha na quadra. Sobre o causador da pandemia, ela explica: “o coronavírus é um vírus que morde a gente”.

De acordo com o aluno do 2º Ano B da EMEF Doze de Maio, Bernardo Boaretto Passarin, de sete anos, “o coronavírus é um vírus que veio atacar a gente”. Ele é irmão da Helena e já sabe quais as medidas para se proteger. “Não ter muito contato com os outros, passar álcool gel, lavar as mãos e usar a máscara”, ensina. Quando perguntado se sente saudades da escola, sorri e responde que sim. Sente saudades de estudar, de ir ao parquinho, fazer as atividades com os professores e sente falta dos colegas. “Prefiro fazer os trabalhos na escola, porque a profe faz as coisas no quadro e é melhor. Tem os colegas e eu gosto de lá”, afirma. Entre as atividades do dia a dia ele destaca que joga bola, brinca um pouco com a Helena (irmã), assiste e faz os temas. Quando vai na casa da avó, brinca com o primo Gabi, com quem recorda que já fez umas três naves voadoras.

Os pais da Helena e do Bernardo, o cabeleireiro, Ricardo Passarin, e a coordenadora de RH, Fabiane Boaretto, precisaram alterar a rotina de trabalho, para se adequar ao fato dos filhos estarem em casa o dia todo. “Nossa organização ocorre da seguinte forma: meu marido fica em casa durante o dia com as crianças e eu vou trabalhar. Quando chego às 17h, ele vai trabalhar, sem horário para retorno. Sempre que a demanda de trabalho não puder ser depois das 17h, recorremos aos avós para ficar com as crianças”, relata Fabiane.

Com relação às atividades propostas pela escola, o casal procura instruir para que os filhos façam um trabalho por dia. Para as atividades mais dinâmicas, procuram fazer no domingo, para envolver toda a família: pais e filhos. Em meio a toda essa situação, eles elencam que a pandemia trouxe alguns pontos que podem ser vistos de forma positiva como: ficar mais tempo com a família, podendo viver momentos marcantes através de brincadeiras e atividades; reflexão sobre a forma que vivemos, na correria, no estresse; percepção do quanto somos suscetíveis e despreparados para enfrentar situações como esta; valorização da liberdade de ir e vir; sentimentos de empatia e solidariedade sendo demonstrados com os necessitados.

O que mais surpreendeu Ricardo e Fabiane nos filhos foi o discernimento deles em entender o momento extremamente delicado que está sendo vivido. Conforme eles, a dupla compreende que não podem ir pra escola, na banda, no futebol, brincar com os amigos, passear no parque, ir no cinema, abraçar, visitar os dindos e avós que moram longe, enfim, sentem muita falta da normalidade, mas sabem que é necessário e que logo poderão fazer tudo isso. Para finalizar, Bernardo lembra dos cuidados com a saúde: tem que se cuidar, usar máscara, passar álcool gel e não ir muito na casa dos outros. “E vamos mandar esse coronavírus embora lá para Marte, pra Lua não”, enfatiza o menino, que demonstrar gostar muito de assuntos ligados ao universo.

Fonte: Prefeitura de Vila Flores

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