Covid-19 e o cuidado com os animais de estimação

Desde que passamos a conviver com a pandemia, muitos questionamentos foram levantados a respeito da transmissão do vírus entre humanos e animais. Ainda em 2020, o primeiro caso positivado entre bichos foi de um tigre habitante de um zoológico nos Estados Unidos. No Brasil, surgiram casos em Novembro, quando dois cães domésticos também testaram positivo.

Já em 2021, um caso na cidade de Caxias do Sul ganhou destaque nos meios de comunicação local. Uma gata apresentou sintomas compatíveis à doença, e ao ser testada, o resultado foi positivo. O animal, apesar de tratamento, veio a óbito dias depois de ser liberada da internação.

Os coronavírus fazem parte de uma grande família de vírus, a Coronaviridae e que podem acometer tanto animais quanto seres humanos. Existem quatro gêneros diferentes, sendo que cada um pode levar a diferentes doenças. Por exemplo, nos cães a principal afecção está relacionada a problemas gastrointestinais, enquanto em gatos está relacionado a peritone infecciosa felina. Ambos não são transmissíveis para os seres humanos.

“Os animais podem contrair alguns tipos de coronavírus específicos a sua espécie, mas com relação ao SARS-Cov-2 não existem estudos que comprovem contaminação de animais, nem mesmo o morcego e o pangolin que outrora foram apontados como suspeitos”, esclarece o médico veterinário Alexander Zeni.

Médico Veterinário Alexander Zeni

Até o momento não há indícios e comprovação científica que possa haver contaminação dos animais para os humanos. “Para que haja uma maior segurança para os pets, e estes não contraiam a doença de seus tutores positivos, a indicação é de que, os cuidados de higiene continuem sendo seguidos mesmo dentro de nossa casa, como por exemplo: lavar bem as mãos, utilização de máscara, álcool gel, etc. Lembrando que a contaminação de humanos para animais, até o presente momento é considerada rara”, instrui o médico veterinário Rafael Anzolin Mossi.

De acordo com Zeni, a divulgação de alguns dados inconclusivos sobre SARS-Cov-2 em felinos causou pânico e confusão nos donos de pets sobre sua influência na pandemia. “Os grandes disseminadores do coronavírus são exclusivamente os seres humanos, ficando os cães e gatos responsáveis apenas por disseminar carinho e afeto aos seus donos nessa época tão difícil e de restrições sociais. Nossos pets não devem ser deixados de lado, nem abandonados agora, mas sim tratados da melhor forma possível, pois eles sim demonstram sinceridade em tudo que nos proporcionam”, reforça.

No caso do felino de Caxias do Sul, só foi possível confirmar o diagnóstico positivo através de um exame de PCR na mucosa nasal do animal. Os tutores também devem ficar tranquilos, caso possuam mais de um bichinho em casa, pois até o presente momento não existem informações técnicas de qualquer transmissão de SARS-Cov-2 entre animais.

Médico Veterinário Rafael Anzolin Mossi

É importante ressaltar que por enquanto houve um caso isolado e há pesquisadores que discordem do diagnóstico, além de que não há motivo para alarde. Há várias outras doenças de origem respiratória que podem acometer os animais mais comumente, principalmente os felinos, ainda mais agora quando há muita mudança de temperatura.

“De qualquer modo, sempre que um animal está apresentando qualquer comportamento anormal, deve ser encaminhado ao atendimento veterinário o mais rápido possível. Caso o paciente esteja em contato com pessoas que estejam positivas para o COVID, é importante que outra pessoa que não esteja positiva, obviamente, leve este paciente ao atendimento e avise no momento da consulta que a família está positiva para COVID e isolada. Lembrando: não há comprovação científica de casos. Não abandone os animais”, encerra Rafael.

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