O sabor que conquista: A história de sucesso da Vó Enery Alimentos

A arte de cozinhar vai muito além dos sabores que nos são oferecidos. São cheiros, sensações e memórias que nos fazem relembrar momentos bons, muitas vezes, que não poderão mais ser revividos. Quem não lembra do cheirinho da comida da avó? Ou quem nunca disse que nenhuma lasanha, por exemplo, irá superar a da sua mãe? Quem mora longe de sua terra natal, não esquece o cheiro e o tempero que relembra o lugar que um dia chamou de lar, e, quando tem a oportunidade de retornar, uma das primeiras coisas que gostaria de matar a saudade é exatamente da comida.

Alguns dizem que cozinhar é uma terapia. Para outros, profissão. Seja por hobby, ou por ofício, quem trabalha na cozinha sempre estará ativo, afinal, todos precisam se alimentar. Em uma cidade turística como Veranópolis, um dos pontos marcantes é a sua culinária. Quem vem se apaixona pelos sabores e a história da imigração italiana. Lasanhas, grostolis, raviólis, tortéis, massas entre tantos outros pratos típicos contam histórias e ficam guardados na memória dos que nos visitam.

Em tempos difíceis, assim como o que estamos passando atualmente, muitas pessoas buscam alternativas para complementar a sua renda, ou muitas vezes ter uma renda. E um dos negócios em que se mais se investe é no setor alimentício. É assim que começam várias histórias. Muitas vezes, é na simplicidade do seu lar que iniciam histórias de sucesso, como é o caso da Vó Enery Alimentos, que nasceu no porão de casa.

“A minha mãe, a dona Enery, já fazia uns pães, biscoitos, cucas e vendia na vizinhança. Meu cunhado trabalhava na praia e minha irmã ia junto começava a vender na praia, para os vizinhos e o pessoal foi gostando, foi aceitando bem. Eu trabalhava no ramo de frutas e eu já queria sair, queria fazer uma coisa nova aí a gente pensou ‘vamos montar uma empresa, vamos começar a trabalhar’ e começamos na praia, de porta em porta, de casa em casa e foi aumentando. A minha mãe e a minha irmã começaram em 1992 vendendo só para a vizinhança e em 1995 a gente registrou a empresa. Neste ano completamos em maio 25 anos de empresa”, conta Luciano Bettio, responsável pelo setor comercial, e filho da dona Enery.
 

Arte: Manuela Balzan/O Estafeta

A vontade de fazer alguma coisa nova, foi o que motivou a família inteira envolver-se no negócio que hoje fica localizado no distrito industrial de Veranópolis. A produção é ainda artesanal, pois, de acordo o Luciano, eles prezam pela qualidade de seus alimentos. “Ainda somos pequenos, é que a nossa parte de alimentação ela é feita toda a mão, e o público que nós atingimos quer um produto artesanal, feito como nós fazemos, então é difícil tu crescer muito na produção. Fazem 25 anos que eu tenho clientes que ainda compram, e isso nos surpreende ainda, porque a comida é um produto que ela enjoa com o tempo, o mesmo sabor, o mesmo tempero. E isso é bom porque tem muita gente que até hoje elogia o nosso produto”

Hoje além da fábrica, a empresa conta com loja própria em Novo Hamburgo e Xangri-Lá. E também distribui para 20 cidades, como por exemplo Gramado e Passo Fundo, para o Supermercado Zaffari. O cardápio também aumentou e conta com pratos como pizzas, lasanhas, filés, pratos com frango, molhos e panquecas.

Premiação

Neste mês de novembro, a Vó Enery foi premiada na categoria micro e pequena empresa da 26ª edição do Prêmio Líderes & Vencedores concedido pela Assembleia Legislativa e Federasul, recebendo o Troféu Magis. As indicações ao prêmio ocorreram em setembro e reuniram 225 histórias que concorreram nas categorias: Sucesso Empresarial, Mérito Político, Referência Educacional, Destaque Comunitário e Expressão Cultural.

Luciano revela que o prêmio representa muito e que os incentiva a seguir em frente. O reconhecimento, os elogios e o companheirismo entre todos os funcionários, que para ele, são como uma família os levarão a expandir o negócio para mais cidades.

“A mãe (dona Enery) está muito orgulhosa com esse prêmio, e eu acho também que, como mãe ela quer ver os filhos indo bem, se encaminhando bem, a empresa crescendo, sendo reconhecida. Nós viemos de família humilde, então a gente trabalhou muito na vida, ela trabalhou muito. A mãe sempre nos ensinou a trabalhar, sempre dando apoio. Para nós o trabalho não tem horário. Então esse reconhecimento é bom para nós, isso aí motiva muito”, finaliza Luciano, emocionado.
 

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