Como fica o futuro do VEC com a interrupção da temporada 2020?

O futebol, assim como muitos outros setores, foi atingido em cheio pela pandemia de Covid-19, jogos, campeonatos nacionais e internacionais tiveram suas atividades suspensas por período indeterminado. Com o passar dos meses, os órgãos responsáveis pela saúde, e os organizadores de eventos esportivos começaram a passar por uma série de adequações, para que assim, os eventos esportivos pudesse retornar à ativa.

Com a Divisão de Acesso não foi diferente, porém, ao analisarem às normativas exigidas, os presidentes dos clubes notaram que o custo para adequar-se seria muito maior que a sua receita para o campeonato, o que gerou um movimento entre eles para que não houvesse continuidade do campeonato em 2020.

Gilberto Generosi, presidente do Veranópolis,  disse que o desejo do VEC sempre foi de ir até o fim na competição para buscar o retorno a Série A do Gauchão, no ano seguinte a queda. Porém, o clube observa ser muito difícil o cumprimento de todos os protocolos em saúde.

 

“Quando saiu o protocolo de distanciamento e atividades da primeira divisão, o Veranópolis começou a repensar pelo lado financeiro, que fica bem pesado. Ele é dispendioso e difícil de cumprir. Pensávamos ainda que no protocolo da segunda divisão fosse um pouco diferente, mas é exatamente o protocolo da primeira divisão. Teríamos que fazer trinta testes a cada jogo com uma despesa de R$ 180 reais por teste, viagem, hospedagem dos jogadores, no final seria um custo de R$ 5 mil reais por jogo. A situação começou a ficar preocupante no lado financeiro”, comentou o dirigente

Gilberto comentou por muitas vezes estar emocionalmente abalado com a situação. Ainda na semana passada, ele chegou a comentar que, se a Divisão de Acesso retomasse as atividades, o VEC poderia declarar falência.

“Temos contratos para honrar com patrocinadores que nos apoiaram para esse ano, estes só poderão ser honrados ano que vem. Infelizmente, teremos que fazer um acordo com todos os nossos jogadores, para encerrarmos o vínculo em carteira de trabalho. Muitos deles já tem direito a seguro-desemprego, os demais, que ainda não completaram o tempo certo, vamos mantê-los, até eles atingirem o período certo para ter direito ao benefício. Eu tenho certeza que a gente vai chegar a um bom termo com todos os jogadores e, assim que tudo isso passar, eles serão os primeiros a serem procurados para que voltem”, revela.

Ainda tratando-se de termos financeiros, Gilberto conta que, se o campeonato continuasse, o montante relativo a despesas seria de no mínimo R$ 205 mil reais, que segundo a atual receita do clube seria uma “bola de neve impagável”.

“O Veranópolis queria jogar, mas depois, vimos as questões de saúde, vimos volume que a pandemia vinha tomando, percebemos que a  realidade dos clubes de interior é completamente diferente. As nossas despesas semanais são tiradas da renda e sem torcida não tem como a gente se manter. Poderíamos quebrar o caixa. Íamos ficar com dívidas em um campeonato que não vai entrar dinheiro, e ano que vem não tem receita nenhuma”, diz.

Ingressos Antecipados

O presidente garantiu que, quem já havia adquirido antecipadamente os ingressos para o campeonato não ficarão no prejuízo. “Só pedimos para que os torcedores não percam sua carteira de ingressos, pois ela é a comprovação da compra. Já aqueles que adquiriram banquetas e cadeiras, nós temos todos os dados devidamente arquivados”, garante.

Temporada 2021

Gilberto ainda comentou que haverá mudanças na Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho. Segundo ele, a partir do ano que vem, os jogos da categoria não mais acontecerão durante a realização da Série A, mas sim, após o término dela, em meados do mês de maio do próximo ano. Além disso, o recomeço da temporada, não contará com os pontos que já haviam sido marcados. “É um recomeço, tudo será esquecido. É um novo campeonato”, finaliza.
 

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