O que era para ser maré de azar se transforma em título Mundial de Muay Thai

O veranense Renato Rossato conquistou na última segunda-feira, dia 18, o título de Campeão Mundial em sua categoria, no World Muay Thai Federation – by Thai WMF President. Ele representou o Brasil na categoria Youth Aberto – Masculino, até 81kg, na qual disputou o título com um atleta francês.
A luta ocorreu por volta das 11h30min, no horário do Brasil. Do Rio Grande do Sul, 19 atletas estavam na disputa. A comitiva tinha ainda dois professores. Para chegar à Tailândia, Renato passou pelas etapas estadual e nacional. Essa não é a primeira vez que o veranense chega à disputa. A convocação de Rossato partiu da MTBSA (Muay Thai Muayboran Sports Association).

Muita luta para chegar lá 

Como ele mesmo diz, a conquista do título foi tudo o que sempre sonhou. Entretanto, atrás de uma grande vitória está o trabalho de anos, além de muita persistência. E segundo o atleta: “esse ano tem um sabor especial, foi diferente”.  
A diferença está na série de dificuldades que enfrentou. Em julho, Renato sofreu uma lesão gravíssima: rompeu o tendão de aquiles da perna direita. Devido a isso, precisou submeter-se a uma cirurgia e, após, passar pela recuperação visando a disputa do mundial. 
Outro fato que o prejudicou foi uma lesão no posterior da coxa esquerda, um estiramento, que aconteceu em janeiro, quando os seus treinos estavam mais intensos. Sendo assim, foi preciso adaptar a preparação para que ao mesmo tempo rendessem e não causassem mais prejuízos.
E, para finalizar, o que pode ser chamado de “maré de azar pré-mundial”, Rossato cortou a cabeça ao batê-la numa porta na Universidade, um dia antes da viagem. “Aí, pensei; não é possível dar tanta coisa errada justamente quando não pode”, afirma. 
A viagem também reservou momentos complicados. Rossato conta que o voo da Etiópia, uma das escalas, acabou atrasando, e assim chegaram um dia depois do esperado na Tailândia. Devido a isso foi preciso fazer novos ajustes na preparação. 
Outra questão que envolveu a competição foi o convencimento dos familiares, pois enfrentar um mundial depois de tantas lesões torna-se arriscado, sendo que o mundial foi a sua primeira luta após a cirurgia. “Eu tinha um sentimento dentro de mim muito forte, a certeza de que dessa vez eu ia conseguir”, relata o campeão.  

A competição

Renato chegou à Tailândia no dia 09 e retorna a Veranópolis na sexta-feira, dia 22. Durante esse período, a rotina intercalava treinos e lutas. 
Ao relatar as fases do campeonato, Renato conta que o azar se tornou sorte logo no início, pois ele acabou ficando no copo, o que significa que ele entraria somente na fase seguinte. Eram oito lutadores e cada um dos quatro primeiros precisou disputar uma luta.  Renato conta que foi a primeira vez que isso aconteceu, pois nos campeonatos anteriores ele precisou realizar as três lutas. 
Ele venceu a sua primeira luta na competição, que foi contra um libanês de 1,91m. Dois dias depois, ele lutou a final contra um atleta francês. “Foi uma luta muito dura, mas acabei vencendo nos pontos, na garra mesmo. Fui para cima o tempo todo, não dei espaço para ele conseguir sair com a vitória”, relata o vencedor. 

Devido ao número de lutas e participantes, as finais foram estendidas para dois dias consecutivos. A premiação aconteceu na última terça-feira, dia 19 de março. 
Um dia após a conquista, o atleta diz que ainda “não caiu a ficha”. Sente-se muito orgulhoso por representar a cidade, o Estado e, acima de tudo, o país. Principalmente porque os brasileiros são muito admirados por outros países “pelo nosso espírito de guerreiro”, conta Rossato. 

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