Presidente Roncatto nega ameaça de morte à arbitro

As polêmicas com a arbitragem no empate em 1 a 1 entre Veranópolis e Inter na quarta-feira, dia 30, no Antônio Davi Farina, pela quarta rodada do Gauchão, terão desdobramentos nos tribunais.

A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS) prepara uma denúncia ao VEC após o árbitro Anderson Daronco relatar em súmula que sofreu ameaças de mortes de uma pessoa vestida com as cores do clube. O árbitro colocou na súmula três fatos: um envolvendo o gerente de futebol Ademir; outro envolvendo torcedor; e outro, envolvendo o presidente Vilson Roncatto.

Em relato, Vilson afirma que, diferentemente do que Daronco escreveu, ele não invadiu o vestiário, pois a porta estava aberta e ele pediu licença ao entrar. “Disse para ele que estava entrando com educação e só queria saber se ele teve acesso à foto do lance, se viu que o lance foi pênalti”, relata.

– Daronco, eu tenho certeza que no intervalo tu sabias do que tinha acontecido, tu sabias que foi pênalti, tu sabias que tinha errado. Tudo que tu tinhas que ter feito era, na hora da expulsão do meu volante, ter pensado, e ter dito para o meu jogador que é a última dele e não ter dado amarelo. Eu disse isso para ele e ele escreveu outra coisa na súmula. Eu sei que um erro não compensa o outro, mas tu poderias ter amenizado para o meu volante já que cometeu um grande erro e penalizou o Veranópolis, por não ter dado o pênalti – relatou, Roncatto.

Além disso, o presidente do VEC afirmou também que por duas vezes Daronco disse: “me dói ver essa foto, me dói ver essa foto”. Vilson afirma que após isso falou “se para ti te dói ver essa foto, para mim me dói muito mais, porque talvez em função desse lance, lá no final, faltando dois pontos, dê problemas no Veranópolis, gravíssimo para nós, mas tudo bem, tu tá admitindo teu erro. Nisso, virei as costas e fui embora, foi tudo o que eu conversei com ele”, relata.

Vilson acrescenta que até pode ser que o árbitro tenha recebido ofensas verbais de um torcedor, mas que a questão de ameaça de morte é mentira. “Nunca ninguém falou em nada disso. Durante 25 anos do Veranópolis, jamais, alguém usou esse termo. E não seria ali, nesse jogo, que alguém iria ameaçar de morte, então, esse fato não ocorreu. Se eu fosse ele, se eu fosse o árbitro, eu teria tomado banho, pego meu carro e viajado para Porto Alegre, admitindo que errei e que por ter errado ouvi bobagens de torcedores”, coloca Vilson.

Ele acrescenta que o árbitro deveria ter admitido o erro: “Ele tinha que ser mais humilde, menos arrogante e não ter preenchido a súmula como preencheu”, coloca.

O registro de Daronco diz: “Outra pessoa com camiseta do Veranópolis, mas que não foi possível identificar pelo nome, teve acesso pelo campo de jogo e junto às escadas de entrada do nosso vestiário, começou a ameaçar a equipe de arbitragem e proferir as seguintes palavras: Ladrão, vagabundo, tu merece morrer seu filho da p… Nós vamos matar vocês, vocês são comprados pelo Internacional, seu ladrão de m… Vocês vão ver”. Ainda: “Após o término da partida, quando já nos encontrávamos no vestiário, o diretor do Veranópolis, Sr. Vilson Roncatto, invadiu o vestiário da arbitragem para protestar contra uma decisão da arbitragem mostrando o seu celular, dizendo: “Olha isso, Daronco”. Neste momento, solicitei que o mesmo se retirasse do vestiário. O mesmo não saiu e ainda assim disse as seguintes palavras: “Um erro não compensa o outro, mas já que tu não deu pênalti, que não expulsasse o nosso jogador”. Novamente, solicitei que o Sr. Vilson Roncatto se retirasse do vestiário e o mesmo saiu do ambiente”, descreveu Daronco na súmula.

O Veranópolis ainda não foi notificado sobre o possível processo que poderá responder.

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