Caroline: Trajes que traduzem a história de um povo

A estilista Caroline Ambrosi também é referência em vestidos de Soberanas, sendo que já fez mais de 400. Ela atende em torno de 14 municípios da Serra: Nova Prata, Vila Flores, Nova Bassano, Nova Araça, Casca, Paraí, Dois Lajeados, São Valentim do Sul, Cotiporã, entre outros. Uma de suas grandes parcerias é com Cotiporã onde, de oito Festas In Vêneto, criou sete trajes. 

Da criação à costura

A estilista preocupa-se com a mensagem que o traje deve passar, ou seja, com a sua essência. Por isso, antes de desenhar os croquis, é feito por ela um estudo do município e do tema da festa. 
Na escolha de tecidos, ela busca uma harmonia cromática e normalmente opta por tecidos nobres, como: shantung, seda pura, organzas, crepes, entre outros. Segundo ela, esses materiais têm bastante resistência e não amarrotam tanto. 

Trabalho inicia com estudo para aelaboração do croqui. 

São muitos detalhes que precisam ser realizados, porém, tudo inicia com a modelagem no corpo da cliente ou em manequim. Uma das coisas que mais precisa de atenção são os bordados, que levam de 200 a 400 horas para ficarem prontos; ao passo que a costura à máquina, parte final da confecção, demora de dois a três dias. É realizada uma única prova antes dos ajustes finais. Contabilizando todo o trabalho, os trajes ficam prontos entre de 30 e 90 dias. 
Os trajes de Soberanas, para ela, são as criações mais glamourosas e sofisticadas, que se destacam por retratar a história de um município. “Ao trabalhar com isso me realizo, são as raízes de um povo”, afirma.  
Ao longo dos 20 anos de carreira, muitas foram as histórias inusitadas ligadas aos trajes: “Esse ano, aconteceu de uma Soberana desistir por causa de um intercambio; já aconteceu de a Soberana engravidar, colocar silicone, engordar, emagrecer, mas são situações que ocorrem e é preciso adaptar-se”, conta.

 

Desafio serve de motivação

 

Local onde a costura e bordados são feitos.

Caroline gosta muito de criar e confeccionar trajes elaborados, são os que a desafiam, de modo que nenhum de seus trabalhos é igual, sempre é algo novo. 

Ao ser questionada sobre os trajes mais marcantes, ela conta que são os de Cotiporã e São Valentim do Sul, pois os dois municípios dão a ela “carta branca”, ou seja, a deixam explorar sua criatividade: “é o auge para um estilista”.  O amor que ela tem por suas criações é comparado ao amor de uma mãe com seus filhos: “Os filhos que eu não tive estão no meu trabalho”, relata. 
A estilista preza pela perfeição, mesmo que admita estar muito longe dela. “Sempre busco gostar do que faço, me auto avalio antes de entregar os vestidos. Se algo estiver diferente do que eu queria, simplesmente refaço”, coloca. 

 

Carreira

 

Há mais de 20 anos trabalha como estilista.

Caroline formou-se há 21 anos no curso de Design de Moda, além de duas pós-graduações. Uma delas em educação de moda e a outra em moda empresarial. 
Ela é professora há 22 anos de cursos de corte e costura, desenho de moda, bordado em pedraria e modelagem. Além disso, já lecionou em faculdade, no Senai, em escolas, e atualmente ministra cursos em seu atelier. Também trabalhou em empresas como a Grendene e Petenatti. “Minhas experiências me fizeram crescer e amadurecer muito, até que me senti segura para colocar meu atelier, há dois anos”, aponta. Hoje, em seu atelier, ela faz vestidos sob medida, ministra cursos e tem aluguéis de vestidos. Para ela, a moda é sentir-se bem com aquilo que veste: “Cada pessoa tem suas características e gostos pessoais, temos que respeitar isso. Estilo pessoal não tem ano, nem moda”. 

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