Leite cogita retirar obrigatoriedade de adesão às bandeiras, mas prefeitos rejeitam sugestão

Em reunião com prefeitos de todo o Estado nesta terça-feira (21), o governador Eduardo Leite sugeriu retirar a obrigatoriedade de que todos os municípios sigam à risca as bandeiras definidas no modelo de distanciamento controlado. Pela proposta, o Piratini continuaria rodando o mapa semanalmente e as regiões do Estado teriam autonomia para decidir se acolheriam ou não o nível de restrições indicado.

Na videoconferência, o governador apresentou a ideia como preliminar, em caráter de sugestão. Se aceita pelos prefeitos, a mudança deveria ser construída em conjunto com a Famurs e as associações regionais. Leite sublinhou que o Estado não pretende abrir mão da responsabilidade, mas obter maior engajamento na defesa do plano.

Em contraponto à ideia do governador, a maior parte dos gestores municipais se manifestou contra a possibilidade de autonomia regional total, por entenderem que o Estado deve manter a condução do modelo e orientar o nível de restrições. Houve pedidos, no entanto, por maior participação das entidades regionais na definição de protocolos e na discussão sobre o regramento do modelo.

Presidente da Famurs, o prefeito de Taquari, Maneco Hassen, foi um dos que defenderam que o governo do Estado deve continuar no comando, com mais abertura para colher sugestões das prefeituras.

 — As regionais devem participar das decisões junto com o governo do Estado, mas ele (governo) mantendo o controle, na medida em que a situação está grave e não é o momento e transferir a responsabilidade aos prefeitos.

Pelo sistema atual, o Estado divulga um mapa preliminar às sextas-feiras e as prefeituras e associações regionais podem recorrer até o domingo seguinte. O mapa definitivo, divulgado às segundas-feiras, deve ser seguido obrigatoriamente por todas as cidades.

A videoconferência entre Leite e os prefeitos começou por volta das 17h e reuniu presidentes de 25 associações regionais e a direção da Famurs.

Reação

Temendo o aumento das contaminações e o colapso do sistema hospitalar em caso de liberação dos municípios para decidir sobre as restrições, o prefeito de Canoas, Luis Carlos Busato (PTB), avisou que, se isso acontecer, vai montar uma equipe própria de regulação e barrar pacientes de outros municípios.

 — Não posso deixar os canoenses desassistidos. Hoje conseguimos estabilizar a curva, mas somos obrigados a receber pacientes de outras cidades.

A preocupação de Busato é com os prefeitos dos municípios vizinhos que querem abrir o comércio mas não têm estrutura hospitalar suficiente para atender aos doentes da própria cidade.

Nem todos os pacientes de Canoas são atendidos no município. Na semana passada, um paciente da cidade foi internado em Santa Maria. 

Fonte: Rosane de Oliveira/Gaúcha ZH

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