O número de famílias aptas a receber o Auxílio Brasil em Caxias do Sul passou de cerca de 7,3 mil, em janeiro, para quase 7,8 mil, em abril, conforme levantamento do Cadastro Único do município. O aumento da fila de espera é menor em relação ao Estado, que viu o número subir em 345% em comparação ao começo do ano, com cerca de 96 mil famílias aguardando receber o benefício. O programa de transferência de renda, substituto do Bolsa Família, promete um repasse de pelo menos R$ 400 para pessoas e famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Na cidade, mais de 11 mil famílias já recebem o benefício atualmente. Em maio, o valor médio pago para os caxienses foi de R$ 409,20.
Hoje, não existe um prazo estipulado para que a espera termine para as famílias gaúchas. O governo federal não tem orçamento para atender todos, o que causa a fila. Atualmente, existe a promessa de zerar a fila em todo país a partir da proposta de emenda à Constituição (Pec) dos Combustíveis, que precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados, após ter passado em votação no Senado. O mesmo projeto também quer aumentar o auxílio em mais R$ 200 até o fim do ano, ou seja, uma cota de R$ 600 mensais.
Na avaliação da presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Katiane Boschetti da Silveira, a pandemia é um dos principais fatores para o aumento da pobreza, e consequentemente, busca por auxílios. Em dezembro de 2019, 61.702 pessoas estavam no Cadastro Único, e em maio de 2022, são 78.434 caxienses.
— Os dados nos mostram que a questão da pandemia tornou o cenário mais desafiador. Nós tivemos um aumento significativo de famílias inscritas no Cadastro Único. Esse dado vem crescendo historicamente. Se pegarmos dados de 2019 até 2021, vamos observar o quanto teve esse aumento. Temos mais de 17 mil pessoas em Caxias do Sul que passaram a viver com até meio salário mínimo de renda per capita antes da pandemia para agora — afirma Katiane.
Para o Auxílio Brasil, não existe, de fato, uma fila indicando quando a família pode começar a receber. A partir da liberação orçamentária, o governo federal seleciona de forma automatizada os novos beneficiados. O diretor do Cadastro Único de Caxias, Rafael Zucco, conta que o programa social é o mais procurado pelos caxienses que realizam o registro, que serve como uma forma de centralizar os benefícios sociais disponíveis.
A partir da inscrição, a população também pode conseguir outros benefícios, como o auxílio-gás e descontos e isenções em tarifas como a de energia.
— As pessoas vêm, na grande maioria, em busca de auxílio financeiro. É claro que pagar a conta de luz e água com desconto vai ajudar, mas elas buscam auxílio para poder comprar o alimento que falta na dispensa — observa Zucco.
O Cadastro Único, necessário para conseguir o Auxílio Brasil, também registra um aumento na procura. Atualmente, cerca de 31,7 mil famílias (ou quase 78.5 mil pessoas) estão cadastradas em Caxias do Sul. São duas mil famílias a mais do que em janeiro. A base do banco de dados tem famílias em situação de extrema pobreza (renda familiar mensal de até R$ 105), de pobreza (renda familiar entre R$ 105 e R$ 210), famílias com renda mensal de até meio salário mínimo (entre R$ 210 e R$ 606) e acima de meio salário mínimo (de R$ 606).
Fonte: Pioneiro
