Polícia indicia por estelionato pela quarta vez suspeito de usar redes sociais para conquistar mulheres e obter vantagens financeiras

Neste caso, Guilherme Selister, 27 anos, teria causado prejuízo de R$ 90 mil para a vítima
O suspeito de usar redes sociais para conquistar mulheres no Rio Grande do Sul para obter vantagens financeiras foi indiciado mais uma vez pelo crime de estelionato. Neste caso, Guilherme Selister, 27 anos, foi responsabilizado após investigação de uma delegacia do interior do Estado — a cidade não foi divulgada para não expor a vítima. É a quarta vez que ele é indiciado por esse crime. Todos os casos são muitos parecidos.
Os relatos de mulheres que se dizem vítimas de Selister aumentaram após reportagem, em 28 de março. Nove procuraram GZH para contar suas rotinas de ameaças, pressão psicológica e prejuízos financeiros. Segundo os relatos, o jovem se passa por nutricionista, veterinário, engenheiro, cardiologista, bombeiro, militar do Exército e da Marinha para enganar as vítimas.
No indiciamento mais recente, a vítima é uma mulher que diz que Selister lhe causou prejuízo de mais de R$ 90 mil. Ela conta que os dois se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamentos e ficaram juntos por poucos meses. A história é semelhante a que foi contada para as demais vítimas ouvidas por GZH, de que ele teria um problema neurológico que necessitava de tratamentos caros.
Para esta vítima, Selister se dizia médico. A maioria dos encontros era na casa da mulher, mas alguns ocorriam num apartamento que o suspeito dizia ser dele. Assim como para outras vítimas, Selister dizia que tinha uma indenização a receber e que pagaria a mulher com esse dinheiro.
Além desse último caso, Selister já foi indiciado em outras três investigações — uma em Farroupilha e duas em Caxias do Sul — por estelionato. Há outros dois inquéritos, um deles ainda está em apuração. No segundo, um boletim de ocorrência foi registrado por uma mulher que diz ter sido vítima de um golpe de R$ 48 mil de Selister. No entanto, ela decidiu não representar criminalmente contra ele, o que impede a Polícia Civil de seguir com a investigação. Outras três supostas vítimas que procuraram a reportagem não registraram boletim de ocorrência.
Intimado para depor, Selister optou por ficar em silêncio. “Assim, os elementos informativos reunidos nos autos demonstram que Guilherme Selister obteve vantagem ilícita em prejuízo de (nome da vítima), induzindo em erro a vítima, mediante ardil, já que se passou por médico, com problemas de saúde, recebeu altos valores monetários que seriam pagamento de seu suposto tratamento de saúde. Diante do exposto, presentes indícios suficientes de autoria e prova da materialidade delitiva, indicio Guilherme Selister como incurso nas sanções do artigo 171, caput, do Código Penal (crime de estelionato)”, relata o delegado responsável pela apuração na parte final do inquérito.
Investigações
A Polícia Civil investiga ou investigou Guilherme Selister em, pelo menos, seis inquéritos:
Farroupilha
Selister foi indiciado por estelionato por suspeita de aplicar golpe de R$ 70 mil em uma mulher. Inquérito está com o Ministério Público para análise.
Caxias do Sul
Selister foi indicado por estelionato por suspeita de aplicar golpe de R$ 85 mil num casal sócio de uma academia. Ministério Público não pôde dar andamento, porque as vítimas decidiram não representar criminalmente contra ele.
Foi indicado por estelionato por suspeita de aplicar golpe de R$ 70 mil em uma mulher com quem teve relacionamento. O inquérito foi remetido ao Judiciário.
É investigado por suspeita de aplicar um golpe de R$ 15 mil numa mulher com quem ele teve relacionamento. O inquérito deve ser remetido em 30 dias ao Judiciário.
Interior
Foi indicado por estelionato por suspeita de aplicar golpe de R$ 90 mil em uma mulher com quem teve relacionamento. O inquérito foi remetido ao Judiciário.
Um boletim de ocorrência foi registrado por uma mulher que diz ter sido vítima de um golpe de R$ 48 mil de Selister. A Polícia Civil não informa a cidade, por ser pequena e por risco de identificar a vítima. Conforme o relato, ele pediu o dinheiro para abrir uma clínica de nutrição, o que nunca aconteceu, e o relacionamento terminou sem que ele pagasse o que havia pedido emprestado. Eles se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamento. Neste caso, a vítima decidiu não representar criminalmente contra ele, o que impede a Polícia Civil de seguir com a investigação.
Contraponto
O que diz a defesa de Guilherme Selister
GZH entrou em contato com o advogado Marcos Peroto, que disse que Selister vai se manifestar no processo, quando citado.
Fonte: GZH
Foto: Redes sociais / Reprodução
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