Os impactos da crise na economia da microrregião

Veranópolis, assim como a maioria das cidades do Brasil e do mundo, vem sentindo os efeitos causados pela paralisação devido a Covid-19. O cenário econômico não é favorável, dezenas de veranenses já perderam seus empregos e empresários tentam buscar alternativas para minimizar os impactos e alcançar a recuperação o mais rápido possível. Entretanto, especialistas da área afirmam que o ano de 2020 será complicado tendo em vista o quesito econômico. 

Tempos de incertezas

De acordo com dados da agência do FGTAS/SINE de Veranópolis, até esta quinta-feira (07), são 188 veranenses demitidos desde o início de abril;  sendo 163 de empresas locais e 25  que trabalhavam em empresas de outros municípios. Vale destacar que houveram demissões em diferentes cargos, tais como: carregador, açougueiro, esteticista de animais, pedreiro, vendedor, auxiliar de contabilidade, auxiliar de produção, operador de torno, eletricista, borracheiro, motorista de caminhão, maquiadora, faxineiro, costureira, camareira de hotel, cozinheiro, secretária, entre outros.

Acerca do constante crescimento no número de demissões, a Economista, Doutora em Economia e Professora da Universidade de Caxias do Sul Maria Carolina Gullo, garante que este é um movimento natural em tempos de incertezas. “ As empresas tendem a enxugar seu quadro e, algumas até fecham as portas. O governo sinaliza com incentivos e linhas de crédito, mas os bancos estão fazendo exigências demais para liberar estes empréstimos dificultando a manutenção dos empregos”, afirma. Sendo assim, a incerteza em relação ao tempo que vai durar a pandemia e suas consequências também é um ponto que leva o empresário a liberar os empregados agora, com receio de não ter recursos financeiros para fazer isso mais a frente.

A professora destaca que o cenário econômico inspira cuidados.

“Existe uma correlação profunda entre a situação econômica e a pandemia. Para que a economia possa ser retomada, é preciso controlar a pandemia, mas ainda temos muito a fazer nessa área. Os números estão subestimados e qualquer tentativa de usá-los para elaborar um modelo que ajude a entender como e quando podemos recuperar a economia não fará sentido”. Ela adianta que iremos passar por um ano bastante difícil, em que as pessoas estarão sempre aflitas em relação ao seu futuro como empregados, e os empresários em relação ao futuro de seus  negócios. 

A respeito das alternativas para a recuperação, duas palavras são destacadas pela doutora: inovação e reinvenção. Entretanto, além disso, as empresas vão precisar de apoio financeiro e fiscal do governo, sobretudo as pequenas empresas. “O papel do governo é essencial neste momento, mas infelizmente o presidente desdenha da força da pandemia e as inserções estatais estão atrasadas”, destaca.

As previsões, são difíceis no momento, mas a economista sinaliza que não haverá recuperação neste ano.

“O mais provável é que possamos pensar em 2021, mas também vai depender de como vai se comportar a contaminação da Covid-19 nos próximos meses. Teremos uma nova normalidade onde as empresas vão trabalhar com menos gente e os consumidores serão mais conscientes no seu consumo, evitando desperdícios e gastos desnecessários” conclui. 

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