Desde o início do ano, comerciantes e lojistas de Veranópolis vem sofrendo tentativas de golpes. Os golpes acontecem quando um cliente vai até o estabelecimento ou solicita mercadorias pelas redes sociais, informa que fará o pagamento por pix, faz o agendamento da transação bancária, retira os produtos e cancela a operação antes que ela seja confirmada.
De acordo com os lojistas, os registros da prática estão se intensificando nas últimas semanas. Além disso, a situação ocorre, também, com o pagamento de contas antigas, de acordo com uma lojista, a cliente possuía contas antigas no estabelecimento. “A cliente tinha uma conta antiga aqui, cobramos, mas nunca recebemos, ela enviava os comprovantes de agendamento do pix, mas o dinheiro nunca entrava na conta”, relata a comerciante.
Uma das vítimas do golpe relata que seu prejuízo é de, aproximadamente, R$ 2 mil. “Essa cliente geralmente aparecia na loja quando eu não estava, por volta das 13h. Ela fez isso por dias seguidos, escolhia a mercadora rapidinho, fingia mandar PIX e mandava o comprovante pelo WhatsApp. Comprou um total de 2 mil reais. Quando fui fazer o encontro de contas com o extrato bancário, os créditos não haviam entrado na nossa conta corrente”, explica a comerciante.
Após essa situação, a vítima da golpista registrou Boletim de Ocorrência. “Ela foi chamada na Delegacia, prestou depoimento, e prometeu realizar o pagamento. Ela deixou dois cheques pré-datados, mas ambos voltaram por falta de fundos. Depois disso, ela implorou que eu não fosse mais na Delegacia, ela sempre dava desculpas e dizia que os filhos tiveram problemas de saúde. Resumindo, até agora consegui receber pouco mais de 10% do valor que ela deve”, descreve a comerciante.
De acordo com os comerciantes, duas pessoas estão praticando esse tipo de golpe e já lesaram lojas, farmácias e restaurantes. Ambas seguem o mesmo modus operandi: vão até o estabelecimento, retiram mercadoria, enviam o comprovante de agendamento de pagamento por pix e em seguida cancelam a operação bancária.
Medidas Legais
O Delegado da Polícia Civil, Tiago Madalosso Baldin, ressalta que nunca se deve vender sem ter a comprovação efetiva do pagamento. Mas, caso isso ocorra em alguma situação, o registo do Boletim de Ocorrência é indispensável. “Todos os BOs feitos foram atendidos, o indivíduo foi chamado e foi feito com que ele pagasse o valor devido”, explica.
Baldin acrescenta que caso alguém tenha se sentido injustiçado, pode procura-lo na Delegacia. “Podem vir pessoalmente a delegacia que serão atendidos e caso algo mais possa ser feito, faremos de pronto”, acrescenta.
Além disso, ele acrescenta que os comerciantes lesados não devem tomar nenhuma atitude por conta própria, especialmente, se não tiverem registrado BO. “Lembrando que eles não podem tomar nenhuma atitude se não tiver o BO. Também, todo o processo se dá inclusive com responsabilização criminal”, finaliza.
Recomendações da ACIV
A ACIV, na pessoa da presidente Rubia Cenci Freitas, orienta os lojistas a nunca entregarem mercadorias sem a real comprovação do pagamento. “Conforme surgem novas formas de pagamento, surgem novas formas de burlar o sistema. Nossa maior orientação como entidade é que a mercadoria seja entregue apenas com a real comprovação de pagamento”, descreve.
Rubia acrescenta que é importante realizar consultas ao SPC e averiguar o histórico comercial do cliente. “Sempre consulte os dados da pessoa, se ela não está devendo em outros locais, porque a partir do momento em que ela deve em algum comércio, você está correndo risco de que ela não pague”, enfatiza.
Além disso, a presidente da entidade acrescenta que caso o pagamento não ocorra por algum motivo, é de extrema importância que seja feito um Boletim de Ocorrência. “É importante que esse boletim seja feito para que sejam tomadas atitudes cabíveis pelos órgãos competentes”, finaliza.
