Setor de transportes da região sofrem impacto com constantes aumentos do diesel

O setor de transporte tem sofrido com a constante elevação no preço do diesel. Um levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) mostra que o diesel teve um aumento médio de 21,21% nos postos de combustíveis somente neste ano de 2022. Ainda, de acordo com a entidade, os custos com combustível representam cerca de 30% a 35% dos gastos do setor. É o componente que mais pesa no preço do frete e, portanto, o que tem maior impacto nas cadeias produtivas, atingindo diretamente o controle inflacionário e a vida de todos os brasileiros.
Há mais de 50 anos no ramo do transporte, a empresária Elenice Osmarin, comenta que as alterações no valor do combustível têm afetado os negócios. “Os constantes aumentos tem impactado demais. Tudo aumenta e diminui as cargas”, ressalta. A empresa realiza entregas nas regiões Sul e Sudeste. “Entregamos em todo estado de Minas Gerais e São Paulo capital. Temos filial em São Paulo, que entrega aqui no Rio grande do Sul e em Minas. E temos filial em Minas que é mais distribuição da mercadoria”, descreve.
Uma das opções encontradas para minimizar os prejuízos é aumentar o valor do frete, mas Eunice explica que é difícil. “Os clientes reclamam demais, trocam a transportadora. Mas se continuar o aumento ninguém vai aguentar, pois o frete do caminhoneiro tem que ser aumentado e o nosso também”, destaca. Ela ressalta que a conta é alta, pagam seguro de carga, impostos e salários. “No final, quem paga a conta somos todos nós. Porque as fábricas sobem os preços, nós temos que subir também e o cliente final que paga mais ainda por todos esses aumentos absurdos”, avalia a empresária.
O sócio proprietário de uma transportadora, Lucas Holderle, trabalha há cerca de 10 anos com transportes. A empresa dele atua nos três estados da região Sul e também em São Paulo. Ele relata que tem sido complicada a situação de alteração dos valores de combustível e tem exigido mudanças frequente nos planejamentos. “Estamos passando por um momento de turbulência em nosso país, todos os dias temos surpresas com aumentos constantes, estamos trabalhando em custos diariamente para tentar equalizar despesas com receitas”, expõe.
A principal alternativa para seguir com as atividades acaba sendo repassar o custo aos clientes, mas o aumento não costuma ser bem recebido. “Alguns clientes não aceitaram os reajustes e decidimos parar de operar, os custos inviabilizam algumas operações, assim estamos buscando novas soluções em transporte”, detalha.
Para o empresário Luiz Alberto Tedesco, que trabalha com transporte de passageiros, o aumento constante do valor do diesel impactou no dia a dia de todas as maneiras e em todos os sentidos, pois é uma corrente e uma coisa leva a outra. “Atuo no ramo de transporte a cerca de 10 anos. Uma das alternativas foi diminuir um veículo de trabalho para reduzir custos e sem despesas com funcionários. Ainda tivemos alterações de rotas tornando-as mais curtas”, revela.
Ele recorda que no segundo ano de pandemia retornaram com o mesmo valor para os clientes, porém, com os novos aumentos, tiveram que repassar um reajuste a todos. “Perdemos clientes mesmo antes do retorno das aulas pós-pandemia e, com o último aumento do diesel, foi repassado mais uma porcentagem. Consequentemente tivemos mais perdas de clientes”, afirma. Assim, a situação fica complicada para todos, tanto quem necessita do transporte e não tem como arcar com os novos preços, quanto para as empresas que precisam trabalhar para pagar as despesas.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

error: Conteúdo bloqueado.