Caso Rafael: mãe do menino será ouvida em audiência na tarde desta sexta-feira

Sete meses após Rafael Mateus Winques, 11 anos, ser morto em Planalto, norte do Rio Grande do Sul, a mãe do menino, Alexandra Dougokenski, 33 anos, tem interrogatório agendado para a tarde desta sexta-feira (18). Ela está presa desde 25 de maio, quando admitiu aos policiais ter matado o filho.

Segundo o Tribunal de Justiça, Alexandra deverá ser a segunda a ser ouvida nesta tarde. Inicialmente, o interrogatório dela estava previsto para 13h15min.

No entanto, ainda será necessário ouvir o médico-legista Roberto Pontes dos Santos. Depois do depoimento dele, a mãe deverá ser interrogada. Ela cumpre prisão preventiva na Penitenciária Municipal de Guaíba, de onde acompanhou as audiências realizadas até agora por videoconferência, mesma forma como será interrogada. 

Desde o dia 9 de dezembro, quando as audiências recomeçaram, já foram ouvidas 22 testemunhas. Entre os que já foram ouvidos estão o pai de Rafael, Rodrigo Winques. O  agricultor, que reside em Bento Gonçalves, na Serra, foi ouvido ao longo de três horas no Fórum de Planalto pela juíza Marilene Parizotto Campagna. 

Também foram ouvidos o ex-namorado de Alexandra, Delair de Souza, professores do menino, conselheiras tutelares, vizinhos e familiares. Prestaram depoimento ainda os delegados Eibert Moreira Neto, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, que atuou na investigação, e Ercílio Carletti, responsável pela apuração do caso desde o sumiço de Rafael, além de peritos.

Alexandra responde por homicídio qualificado e outros três crimes: ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. Após a finalização desta etapa das oitivas de testemunhas e do interrogatório, será aberto prazo para as alegações finais por parte da defesa e da acusação. Depois disso, a juíza deverá decidir se pronuncia a ré pelo crime, ou seja, se ela deve responder pela morte do filho. Como se trata de homicídio (crime contra a vida), em caso de pronúncia, o julgamento se daria pelo júri popular.

Diferentes versões

Ao longo da apuração do desaparecimento e da morte de Rafael, a mãe apresentou diferentes versões sobre o caso. A primeira delas foi em 15 de maio, quando procurou o Conselho Tutelar e a Polícia Civil para informar que o filho havia sumido de casa.

Naquele momento, disse que tinha acordado pela manhã e na sequência percebido a falta do menino. Narrou ter pensado que ele estava na casa da avó, no outro lado da rua, brincando com um galinho que havia ganho de presente.

Dez dias depois, a história se revelou uma farsa, quando ela mesma indicou o local onde estava o corpo do filho – em uma caixa de papelão na varanda de uma casa, a poucos metros de onde Rafael vivia com a mãe e o irmão. 

Após admitir a morte e apontar onde estava o corpo do filho, Alexandra apresentou uma nova versão. Disse que o menino havia morrido após ela medicá-lo para que ele dormisse. Contou que o garoto estava agitado, não queria largar o celular e nem dormir. Disse ter acordado um tempo depois e o encontrado já sem vida, na cama. Contou ter usado uma corda para arrastar o corpo do filho até a casa vizinha, onde ele foi encontrado. Foi esta versão, inclusive, que foi demonstrada em 18 de junho, durante a reprodução simulada dos fatos, realizada em Planalto. 

Alexandra apresentou ainda outro relato, quando foi ouvida no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, em 27 de junho – mais de um mês depois de ter sido presa. A mãe admitiu que matou o menino com uma corda de varal, quando ele estava acordado no quarto.

A perícia constatou que Rafael foi morto por asfixia mecânica, por estrangulamento. A mãe contou que, por volta da meia-noite do dia 15 de maio, deu dois comprimidos de Diazepam ao filho, após tê-lo repreendido por passar diversas noites em claro mexendo no celular. 

Ela disse ainda que cerca de duas horas depois acordou, retornou ao quarto do filho e encontrou o garoto acordado. Neste momento, ela teria usado a corda de varal para estrangular a criança. A defesa de Alexandra alegou após a oitiva que ela havia sido coagida a mudar a versão e chegou a deixar o caso. Segundo a Polícia Civil, Alexandra decidiu trocar a defesa e optou pela Defensoria Pública. O advogado Jean Severo acabou ao longo do processo reassumindo a defesa da cliente. 

Fonte: GZH

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