Em cinco anos, investimento para combate à violência contra a mulher cai 99% no RS

Os investimentos contra a violência contra a mulher no Rio Grande do Sul foram praticamente extintos no Governo de Eduardo Leite. Segundo relatório da Força-Tarefa Interinstitucional de Combate aos Feminicídios no estado, vinculado à Assembleia Legislativa, o valor repassado do governo caiu de R$ 10,5 milhões, em 2015, para apenas R$ 20 mil no último balanço em 2020.

Os dados foram destacados pela advogada e especialista em Direitos Humanos, Ariane Leitão, durante live organizada pela ativista Soelen Dipp na quinta-feira. Na oportunidade, a Coordenadora da Força-tarefa, responsável pela produção do relatório, criticou o desmonte nos investimentos favoráveis às mulheres, que iniciou em 2016, quando o montante caiu para cerca de R$ 300 mil.

“Isso demonstra a invisibilidade da população feminina perante os recursos públicos, embora sejam a maioria da população. Este desmonte começou no governo Sartori, quando a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres foi extinta, e também com a queda dos investimentos do Governo Federal quando o Ministério das Mulheres foi extinta no governo Temer”, destaca Ariane.

Com base no relatório da Força-Tarefa, a especialista informou durante live com Soelen Dipp que o Rio Grande do Sul é o 3º estado que mais mata mulheres no Brasil e o investimento próximo de zero em políticas contra a violência é o principal responsável. “Acreditamos que a decisão de praticamente zerar os recursos, ou seja, uma completa omissão do governo do estado, é um dos maiores motivos do estado ser um dos mais violentos do país contra as mulheres”, ressalta.

Casos de feminicídios no RS aumentam 71% de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano anterior 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS) informa que o número de feminicídios no estado registrou alta de 71% nos primeiros quatro meses de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. As mortes saltaram de 21 para 36 mortes. O relatório da SSP aponta ainda que houve um aumento de 19% no número de tentativas de homicídios contra as mulheres, subindo de 31 para 37.

Além das mortes, a Secretaria aponta ainda que a cada uma hora cinco mulheres sofrem alguma violência. Somente em 2 meses de pandemia, as ocorrências registradas revelam 78 mulheres ameaçadas, 50 agredidas fisicamente e três estupradas por dia no Rio Grande do Sul.

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