Por: Waleska Farenzena Fochesatto – Psicóloga
Há um ditado africano já bastante conhecido que diz que “é preciso uma aldeia para cuidar de uma criança.” Sempre que o escuto lembro imediatamente das instituições escolares da contemporaneidade. Em meados de 1960, Françoise Dolto, pediatra e psicanalista francesa disse que “a escola cria pontes com a sociedade”, na medida em que promove a socialização e faz com que as crianças forjem outros códigos de linguagem para se fazer entender neste meio que não é o familiar. De lá pra cá o mundo mudou substancialmente. A ida das mulheres para o mercado de trabalho, a escassez de redes de apoio e outros tantos fatores, criaram uma demanda por instituições que acolham as crianças desde a mais tenra idade.
Especialmente no Brasil, onde a licença maternidade tem a duração de quatro ou, quando muito seis meses, as crianças em sua maioria, passam a frequentar a escola com meses de vida. Desta forma, a escola, além de criar pontes com a sociedade, participa ativamente da constituição psíquica destes novos sujeitos. Neste aspecto, o universo escolar é parte importante da grande aldeia que cuida, alimenta, se relaciona, estimula, embala o sono. Urge o desafio de criar espaços atravessados pelo afeto, onde todos (crianças, professores, demais funcionários) possam ser escutados e acolhidos dentro das suas necessidades. Em 2023, escola não é só espaço de aprendizagem, mas principalmente, de saúde mental.
Desejo um ano letivo cheio de afeto e permeado pela concepção de que uma educação bem sucedida passa por criar um terreno fértil para que crianças e adolescentes se tornem sujeitos desejantes e não assujeitados!
Waleska Farenzena Fochesatto é psicóloga CRP 07/12534, Psicanalista membro do CPRS, Mestre em Ciências da Saúde/PUCRS, Pesquisadora do Instituto Moriguchi, Escritora.
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