Aos 100 anos, o adeus a Irmã Carmelita

Faleceu na última quinta-feira, dia 17, Irmã Carmelita. Ela estava em Porto Alegre, onde residia há algum tempo. Aos 100 anos, o corpo da religiosa foi sepultado no Cemitério São José, também na Capital.
A professora Clarita Pagnonceli Gabrielli pesquisou a história da Irmã e a publicou no livro ”Histórias de Muitas Vidas”. Saiba mais:
Alice Gonçalves (nome de batismo) nasceu na cidade de Bagé, em 1º de novembro de 1918. Sua mãe, Teodora ,procurou transmitir-lhe ensinamentos e valores cristãos, que foram a base para a opção de vida que a jovem Alice assumiu, com muita generosidade e alegria.
Optando pela vida religiosa, já adulta, Ir. Carmelita ingressou no Postulado em 15 de fevereiro de 1937, em Garibaldi. No mesmo ano, iniciou o Noviciado e, em 21 de novembro de 1038, fez sua Primeira Profissão. Sua entrega definitiva e sem reservas aconteceu aos 19 de fevereiro de 1944, quando, pelos votos de Pobreza, Castidade e Obediência, sua vida não mais lhe pertenceu, mas a Deus, no serviço à Congregação e à Igreja.
Em 1958, concluiu o curso Regente do Curso Primário, em Lagoa Vermelha, que a capacitou a ser uma excelente professora, cativando seus alunos do Jardim de Infância pela sua habilidade, criatividade e carinho. Mais tarde, fez o Curso Normal de Férias, em Caxias do Sul. Assumiu essa missão em várias localidades: Colégio Santa Joana D’Arc, em Rio Grande; Escola Santa Inês, em Garibaldi; Escola São Marcos, em São Marcos e Escola Normal Regina Coeli, em Veranópolis.
Sua personalidade caracterizava-se pela forma gentil e respeitosa no modo de se relacionar e conviver com as Irmãs da comunidade. Nunca foi ouvida falando mal de alguém. É uma pessoa de paz, muito simples, silenciosa e humilde, fazia as coisas sem barulho.
No período de férias, gostava de passar um período com as irmãs na praia ou de visitar seus familiares em Bagé.
No breve tempo que Ir. Carmelita esteve na comunidade São Luiz, em Porto Alegre, foi possível perceber nela o quanto vivenciou sua missão de educadora, dedicando-se às crianças em sua primeira experiência escolar. Nessa comunidade, prestava pequenos serviços, sobretudo cuidava das flores e da ornamentação da Gruta onde está a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que chamava de “Minha Dama”. Alegrava-se em poder olhar as crianças no pátio do Colégio de Ensino Médio São Luiz.
Necessitando de cuidados mais específicos e intensos devido ao Alzheimer, foi transferida à Casa de Saúde Nazaré, no bairro Nonoai, em Porto Alegre. Quem a visitou pode testemunhar o quanto ela ficava feliz, e sempre sorridente, lembrava as crianças. Sempre foi muito agradecida por tudo e a toda as Irmãs e enfermeiras que a ajudavam. Ela costumava dizer: “Estou pronta. Quando o Senhor quiser me levar, estou aqui”.
Irmã Carmelita construiu sua história entrelaçada com muitas histórias de vida. Pessoas que conviveram, que foram alunas que trabalharam juntas, que somaram algo de bom à vida da religiosa. Veranópolis muito ganhou com a presença marcante da Irmã Carmelita. 
Ela deixou sua marca, dando o nome à Escola Infantil do bairro Santo Antônio.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

error: Conteúdo bloqueado.