A única certeza que temos… É a da não resposta

Durante o caos a construção ou a queda são inevitáveis, ambas gerando um processo de transformação. Como você irá reagir e agir durante esse processo é que determinará se estará de um lado ou outro.

Quem ainda não virou o ano e acha que, obrigatoriamente, sua vida e seu entorno deveria continuar como em 2019 não entendeu nada. Nada mais será como antes. A economia do mundo (veja bem, não estamos falando do seu negócio e sim do Mundo) vai sofrer fortes e drásticos impactos, a ordem política e governamental terá que ser repensada, um novo sistema mundial está sendo desenhado e não sou eu que estou “prevendo” isso, são os números. E nada mais lógico, racional e irrefutável, do que eles, os números. Quem ainda não entendeu isso vai sofrer muito mais do que o esperado. Infelizmente.

Isso não é um diagnóstico de desesperança. Ao contrário. É a confirmação da única certeza que temos diante de um cenário não palpável, volátil e cheio de variantes: que a resposta não é o mais importante, mas a busca por ela, sim. No caminho das crenças ou descrenças as ações vêm sendo construídas, interligando uma rede quase distópica de realidade extrema, onde a diferença pode estar, justamente, nos pontos de ligação.

As raízes de uma árvore se ligam de forma vertical e hierárquica na imponência de sua estruturação solitária, enquanto as de um manguezal se entrelaçam horizontalmente com aprofundamento e força. Torna-se desnecessário dizer qual terá mais resistência às intempéries e chances de sobrevivência.

Isso será determinante no processo por respostas. E nessa busca, estar consciente de sua horizontalidade, sem falsas utopias ou demagogias, tem se mostrado o caminho mais responsável e evolutivo para superar a crise.

Sabemos que uma pandemia não dura para sempre. A peste negra, gripe espanhola passaram, ainda que sob muita dor. O Covid-19 também passará. A pergunta não é: “quando”?! Mas, “como”?! Como chegaremos lá e como estaremos: árvores ou manguezais?

Hoje, minha vizinha do 303, mesmo andar, a alguns metros de distância da minha porta, interfonou pra saber como eu estava, se estava precisando de algo. Eu, visita na minha própria casa, nunca vi minha vizinha. Provavelmente nunca trocamos um ‘oi’ nesses cinco anos. Lembrei do Guimarães, o Rosa: “o que ela (a vida) quer da gente é coragem”… Pra mudar e se reinventar.

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