“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade”

Muito se fala sobre apegar-se, todos nós temos uma teoria sobre apego e porque as pessoas normalmente se apegam. Mas poucos conseguem ter um olhar mais amplo.

O sentimento de possuir algo é tão forte, que não nos damos conta de como criamos dependência do mesmo. Quando estamos em um relacionamento, costumamos afirmar “eu te amo “. Frase mais egóica impossível de existir, sem contar na carga de prepotência. Porem fazemos isso com tamanha desenvoltura que chega ser automática e muitas vezes sem sentido. Quando colocamos o eu quero, eu te, eu vou, eu faço… estamos falando do Eu, do ego, portanto temos um apego ao sentimento que nos move a tal. Explico, quando eu quero, normalmente é uma firmação movida por uma vontade, regida por um sentimento de posse ou aquisição, logo poder sobre. Quando nos damos conta que temos poder sobre, como fazer para aprender a soltar?

Algumas pessoas irão refletir, eu sei que está ruim o que estou passando, ou o que eu tenho, mas não consigo fazer diferente. Já se perguntou o porquê de não conseguir ?

Até a dor, a tristeza, o desrespeito, a falta de amor próprio, podem ser confortáveis. Estranho falar isso em pleno século XXI, onde as coisas acontecem com tanto empoeiramento e as pessoas virtualmente parecem ser tão bem resolvidas.

Somos adaptáveis, logo quando criamos um habito, temos a tendência de continuar gerando ciclicamente as sensações para validar nossas emoções e sentimentos. E muitas vezes precisamos achar um CULPADO. Essa é uma das facetas da zona de conforto, achar culpados para que possamos validar a nossa falta de ação. O ego está mais presente no nosso dia a dia do que possamos imaginar, isso não é ruim, o ego está aí para uma proteção. Mas ego não tem inteligência de nenhum tipo. Ele é a reação.

Escuto muito em consultório a frase … “MAS SE …”

Quando utilizamos esse frase, estamos automaticamente buscando garantias e justificativas de que o que eu tenho é o melhor para eu, mesmo sendo ruim e nada que eu faça poderá mudar.

Apego, não tem somente haver com abrir mão, está mais associado a entender o porquê necessita das bengalas para tua sustentação e o que necessita fazer para se libertar da ilusão que você não é capaz e merecedor.

Daniel, sobre apego:

“Pois o confundimos com o que é sentimento real, carências, amizades, romances ou só projeções do passado nos dias atuais…

As vezes temos saudades ou queríamos reviver tais situações, mas que nos dias atuais não seriam tão válidas ou com mesma intensidade, porque o tempo é outro, as pessoas são outras, evoluíram ou não…

As vezes ficamos presos a fatos, pessoas e situações por achar que ainda queríamos ter aquilo, mas na verdade não… Tem a ver com boicote também, como forma de nós limitar a seguir em frente ou por medo do desconhecido

É melhor eu viver num ambiente “seguro” que é o passado, ali sei lidar, se vitimar ou viver de boas com aquela carga, pois se me livrar dela posso não saber lidar/incluir/Me frustrar com as novas.”

Desejo a todos que possamos quebrar os muros da zona de conforto e nos perguntar se era aqui queríamos estar? E se não for, de que forma eu posso modificar a minha realidade?

Mar calmo, nunca fez bom marinheiro!

Agradeço ao Daniel Navarini, pela gentileza de responder as minhas perguntas e por permitir a publicação. Precisamos nos cercar de pessoas que quebram os nossos padrões e fazem com que nos conflitamos, sair da zona de conforto. Pessoas que agregam. Grato a todos os nãos que recebi, eles também me fizeram chegar até aqui.

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