RGE, CEEE, Corsan, Oi e as suas privatizações

A falta de energia elétrica que perdurou por dias, causou prejuízos e revolta em muitas pessoas contra a empresa Rio Grande Energia (RGE), devido à demora de restabelecimento do serviço e isso trouxe novamente o assunto das privatizações para a pauta de discussões.
Voltando no tempo, foi o governador Leonel Brizola (PTB), no ano de 1959, que encampou todos os contratos de concessão de energia elétrica, tornando os bens da Companhia Energia Elétrica Rio Grandense (CEERG) de utilidade pública. A CEERG era controlada pela norte-americana Bond AndShare. Nesta época, a CEEE já existia desde 1943, como Comissão, foi transformada em Companhia, onde passou a gerir todo o sistema.
No ano de 1997, o Rio Grande do Sul era governado por Antônio Britto (PMDB) que iniciou a privatização da CEEE, vendendo dois “pedaços” dela para a AES Sul e RGE Energia.
Mais recentemente, com Eduardo Leite (PSDB), foi avançado um pouco mais, e hoje, pouco da CEEE continua com capital público.
Mas, voltando na gestão de Britto, foi também privatizada a CRT (Companhia Rio-grandense de Telefonia) passando à empresa “Telefônica” a concessão do serviço de telefonia fixa que, anos depois, passou a ser gerida pela Brasil Telecom, hoje, “Oi”.
Feita esta atualização de informações, temos a realidade de 2022, onde o enorme transtorno e prejuízo que muitas famílias da região tiveram com a demora no retorno da energia elétrica nos faz pensar sobre os benefícios reais que a população possui com as privatizações.
Na telefonia é visível a oferta do serviço móvel com baixo custo onde a grande maioria da população tem acesso, mas a energia elétrica que pagamos caro e somos obrigados a conviver com um sistema precário, deficitário e preocupante desde a geração até a distribuição da energia para o consumidor.
Levanto a questão da Corsan. A sua privatização vem emoldurada com uma promessa de que teremos um serviço eficiente e de qualidade.
Diante da realidade do serviço de energia elétrica ficamos ainda mais desconfiados que possamos a ter a mesma situação com a água e essa preocupação não é restrita ao fornecimento apenas, mas também no custo, pois já convivemos com bandeiras que cobram taxa extra quando o nível de água baixa nos reservatórios das hidrelétricas, ou seja, se diminuir a quantidade de água nos rios e reservatórios, teremos que pagar a mais por isso enquanto o serviço não acompanha a real necessidade da população consumidora.
Não vamos esquecer que o Plano de Recuperação Fiscal em favor do Rio Grande do Sul que foi aprovado recentemente, obriga o Estado a dar continuidade nas ações de equilíbrio das contas públicas e diminuir o tamanho privatizando estatais, passa inevitavelmente pela venda da Corsan.
A dúvida que permanece para a próxima eleição é se teremos debate sobre isso na campanha, pois as candidaturas que se apresentam até o momento, possuem na realidade alguma ligação com o atual governo e o eleitor está atento e não aceita mais o oportunista de plantão onde dependendo da ocasião, se declara a favor ou contra.
Está chegando o momento onde os candidatos deverão ter posição e mais do que isso, mantê-las, pois infelizmente estamos convivendo numa distância oceânica entre o discurso e a prática.
Para finalizar, deixo minha opinião em relação ao governador Eduardo Leite. Depois de ser derrotado nas prévias do PSDB e pelas medidas de gestão e de política no nosso Estado, passa por momento de aprovação e não se surpreendam se o PSDB force a desistência de Dória para que Leite seja o candidato à presidente do Brasil.

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