Veranópolis Inspira: Dona Nilta – de Professora a Oficial de Registros Públicos

Nilta Maria Cardoso de Lucena nasceu em 17 de novembro de 1936, nos campos da Boa Vista, interior de São Francisco de Paula, filha de Athanásio e Noêmia Cardoso, pequenos criadores de gado. A vida era difícil, mas dona Nilta tem  lembranças lindas do tempo de criança: “O meu sonho, desde pequena, era ser professora. Meu pai abriu uma escola em nossa casa, através de um contrato com a Prefeitura de São Francisco de Paula. Essa escola era aberta aos filhos dos vizinhos. Eu tinha quatro anos e foi o presente mais lindo da minha vida. Quando a escola fechou, eu fui estudar no regime de internato em colégios de freiras, com a certeza de que eu iria realizar meu sonho de ser professora”, revela. 
Em 1956, Nilta recebeu o diploma de professora estadual na Escola Normal Santa Terezinha, de Taquara. 
Em 1957, o sonho se tornou realidade: ela teve a primeira turma de alunos no Grupo Escolar Padre Ritter, de Cazuza Ferreira, distrito de São Francisco de Paula, e foi nessa vila que se casou com o primeiro e único amor da  vida: Homero Castilhos de Lucena.
Do relacionamento nasceram três filhas, “sendo que a mais nova voou para o céu, e hoje é o anjo que cuida de mim”.
Como a vida estava difícil, o casal mudou-se para Flores da Cunha, onde o seu esposo Honero tinha passado no concurso para Escrivão Dis-trital em Otávio Rocha. “Como estava decepcionada com o magistério do Rio Grande do Sul, fiz um concurso para Oficial dos Registros Públicos e acabei ficando em quarto lugar! Como a minha ideia era ficar em Flores da Cunha, e a vaga foi preenchida pelo primeiro lugar, eu disse para o Honero que iria me aposentar como professora”, conta.
Mas foi uma edição da Femaçã que fez a vida do casal mudar radicalmente. “Um dia, vimos que estava acontecendo a Festa Nacional da Maçã em Veranópolis, onde havia vaga no cartório de Registros. E, com a ajuda das filhas, viemos conhecer Veranópolis e ficamos encantados com a cidade, com o povo e com a festa! Assistimos ao desfile na escada da loja Farina, e a Lucia e a Lene, minhas filhas, disseram: ’Mãe, vem prá cá, que a gente vem’”, relata.
O pedido das filhas foi aceito e, no dia 13 de agosto de 1973, dona Nilta assumiu o cargo de Oficial dos Registros Públicos de Veranópolis.
Ela recorda os primeiros amigos que fez na cidade. “Nossos primeiros amigos aqui foram  Gilberto Ferreira, Escrivão Judicial, Olívio Simioni, Oficial de Justiça e Paulo Ernesto Valduga, meu primeiro ajudante substituto no Cartório”, conta. 
Junto ao esposo, Nilta participou ativamente da vida da cidade e da região, inclusive na participação em entidades e ações sociais. ”Fizemos muitos amigos aqui em Veranópolis, a quem agradeço, de coração, o carinho que têm comigo e com minha família. Que Deus os abençoe hoje e sempre. Mais um agradecimento especial ao Jornal Estafeta, pelo convite para participar deste momento. Felicidades e sucesso sempre!”, conclui.

 

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